Os registos 'online' do gabinete do xerife local mostram que os polícias Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Emmitt Martin III, Desmond Mills Jr. e Justin Smith, também eles afro-americanos, estão já sob custódia.
Todos os cinco são acusados de homicídio em segundo grau, agressão agravada, sequestro agravado, má conduta oficial e opressão oficial.
Homicídio em segundo grau é um crime punível com pena de prisão que pode variar entre 15 a 60 anos de acordo com a lei do Tennessee, estado onde ocorreu o crime.
Os cinco polícias foram considerados "diretamente responsáveis pelo abuso físico de Tyre Nichols", de 29 anos, e foram demitidos do cargo na semana passada.
Contudo, o diretor da polícia de Memphis, Cerelyn Davis, indicou que outros agentes estão também sob investigação por violarem as normas do departamento.
O padrasto da vítima mortal, Rodney Wells, disse à agência Associated Press que ele e a mãe de Nichols pressionaram por acusações de homicídio em primeiro grau, mas "estão confortáveis" com as acusações interpostas.
"Existem outras acusações, então estou confortável com isso", disse, mostrando satisfação com o facto de as autoridades terem agido rapidamente no caso.
O chefe da polícia de Memphis classificou as ações dos cinco polícias envolvidos na detenção violenta de Nichols de "hediondas, imprudentes e desumanas" e fez um apelo aos moradores da cidade para protestarem pacificamente quando o vídeo da detenção for divulgado ao público.
"Não se trata apenas de uma falha profissional. Esta é uma falha de humanidade básica em relação a outro indivíduo", disse o diretor da polícia em comunicado.
O vídeo da detenção de Nichols foi mostrado à família do jovem, mas não foi divulgado, embora as autoridades locais tenham prometido fazê-lo em breve.
A morte de Tyre Nichols ocorreu em 10 de janeiro, após ser severamente espancado na sequência de uma operação de trânsito por condução imprudente em 7 de janeiro, quando regressava a casa após ter estado num parque.
Um advogado da família disse que o vídeo mostra o jovem a ser espancado pelos polícias como uma "pinhata humana". Nichols foi hospitalizado em estado crítico, mas não resistiu à brutalidade dos agentes.
"Mais uma vez, estamos a ter provas do que acontece com pessoas negras e mulatas em simples paragens de trânsito. Uma pessoa não deve ser morta por causa de uma simples paragem de trânsito", disse o advogado.
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