Energia nuclear? Hungria vai vetar sanções da UE contra Rússia
Em causa está uma medida que tem já vindo a ser bloqueada por Budapeste, porque tal afetaria os planos de ampliação da sua única central atómica, em curso com ajuda de Moscovo.
© Luka Dakskobler/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A Hungria vai vetar quaisquer potenciais sanções da União Europeia que possam afetar o setor russo da energia nuclear, segundo avançou o primeiro-ministro do país, Viktor Orban, à rádio estatal do país, reporta a Reuters.
A posição do país surge depois de a Ucrânia ter pedido aos 27 Estados-membros para incluírem a companhia nuclear estatal russa, a Rosatom, no leque de sancionados.
Em causa está uma medida que tem, no entanto, vindo a ser bloqueada por Budapeste, porque tal afetaria os planos de ampliação da sua única central atómica, em curso com ajuda de Moscovo.
A propósito deste tema, Viktor Orban veio agora, assim, reforçar, numa entrevista, que eventuais sanções sobre a energia nuclear russa "devem obviamente ser vetadas".
E elaborou: "Não permitiremos que o plano que inclui a energia nuclear nas sanções seja implementado". "Isso está fora de questão", destacou ainda.
Recorde-se que a Hungria, apesar de ser um Estado-membro do bloco europeu, tem vindo a criticar repetidamente a aplicação de sanções, por parte da União Europeia, à Rússia, na sequência da invasão do país sobre a Ucrânia.
Apesar do governo húngaro argumentar que tais medidas correm o risco de destruir a economia europeia, sem que tenham impacto significativo nas dinâmicas militares russas, os países ocidentais têm vindo a fazê-lo. A Rosatom tem, no entanto, ficado de fora de tais medidas.
As preocupações da Hungria nesse sentido estão, nomeadamente, relacionadas com a central nuclear húngara de Paks, que recebe o combustível nuclear de Moscovo. E, no âmbito de um acordo assinado em 2014 entre ambos os países, está prevista a expansão da capacidade de produção desta central.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, tirou já a vida a mais de sete mil civis, com outros 11 mil a terem ficado feridos, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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