Presidente francês não exclui envio de caças de combate para a Ucrânia

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que "nada é proibido por princípio" quando questionado em Haia sobre a possibilidade do fornecimento de caças de combate para a Ucrânia, na sua confrontação com a Rússia.

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Lusa
30/01/2023 20:34 ‧ 30/01/2023 por Lusa

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O líder francês mencionou que há critérios a ter em conta antes de qualquer decisão, como evitar que o pedido não conduza a uma escalada e não atinja solo russo, "mas ajude o esforço de resistência" e sem "enfraquecer a capacidade do Exército francês".

"Por definição, nada está excluído", disse Macron, referindo que "é à luz destes três critérios" que a França está a analisar "caso a caso" o envio de equipamento militar, incluindo tanques Leclerc.

"É de acordo com os pedidos que são feitos, mas não de acordo com os rumores que são feitos" que as decisões são tomadas, sublinhou, precisando que o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, é esperado na terça-feira em Paris para se avistar com o seu homólogo francês, Sébastien Lecornu.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse, por sua vez, que "não há tabu, mas que seria um grande passo" se aviões de combate chegassem às forças ucranianas.

Ambos os dirigentes disseram que não receberam nenhum pedido formulado por Kiev, com Rutte a concordar com os critérios mencionados pelo Presidente francês.

Após várias semanas de hesitação, Berlim decidiu na quarta-feira enviar para a Ucrânia 14 tanques Leopard 2, de fabrico alemão, e permitir que outros países europeus forneçam estes carros de combate.

Mas a Alemanha não enviará caças para a Ucrânia, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, no domingo.

Os Estados Unidos comprometeram-se, por sua vez, com o envio de tanques pesados Abrams, enquanto o Reino Unido fornecerá carros blindados Challenger 2.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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