Putin assina decreto que permite maior perseguição a 'terroristas'

O Institute for the Study of War alerta que a medida do presidente russo servirá para justificar uma maior repressão de dissidentes políticos.

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© ALEXEI BABUSHKIN/SPUTNIK/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
01/02/2023 16:34 ‧ 01/02/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Rússia

Após a sentença de um homem por terrorismo após este incendiar um escritório militar, a organização norte-americana Institute for the Study of War (ISW, do inglês 'Instituto para o Estudo da Guerra') denunciou esta quarta-feira que o presidente russo assinou um decreto de lei que permitirá ao Kremlin perseguir ainda mais os opositores ao regime, sob a alçada de leis contra o terrorismo doméstico.

Num relatório divulgado esta quarta-feira, o ISW dá conta que o decreto assinado por Vladimir Putin, na terça-feira, tem como objetivo declarar atividades contrárias à postura do regime como "ameaça terrorista".

A nova lei também permite que "as regiões russas introduzam um 'nivel de terrorismo' elevado por um período indefinido de tempo, eliminando o anterior limite de 15 dias".

Isto, esclarece o ISW, permite que as autoridades travem veículos nas fronteiras administrativas, alegando buscas por armas e explosivos.

A medida surge depois da sentença aplicada a Vladislav Borisenko, que foi condenado a 12 anos, passados na prisão e numa colónia penal de trabalhos forçados, por ter incendiado um escritório usado para gerir a mobilização de soldados para a guerra, na Sibéria.

A pena contra Borisenko foi agravada depois de o tribunal russo considerar que o crime foi um "ato de terrorismo". Foi a primeira vez que a justiça russa condenou desta forma um ataque a local para registos militares.

"O aparente agravamento de crimes pro incidentes, desde destruição de propriedade a hooliganismo, indica que o sistema judicial russo está a procurar aumentar a imposição de penalizações mais graves por atos de dissidência doméstica, à medida que a guerra na Ucrânia continua", acrescenta o 'thinktank'.

O incidente em Nizhnevartovsk não foi o único na Sibéria em infraestruturas do exército.

Em setembro, depois de Vladimir Putin anunciar uma 'mobilização militar parcial' de reservistas russos, vários civis protestaram contra o destacamento de pessoas sem experiência militar. Apesar da grande maioria dos protestos ter sido reprimida pelas autoridades russas, na Sibéria, um tiroteio num centro de recrutamento acabou por deixar um responsável russo em estado crítico.

Leia Também: Homem condenado a 12 anos por incendiar escritório militar na Sibéria

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