As mesmas fontes, citadas por diversos meios de comunicação social espanhóis, disseram que cinco tanques Leopard 2 estão nas instalações da empresa que vai tentar recuperar os carros de combate para poderem ser entregues à Ucrânia.
Espanha foi um dos países que anunciou a entrega de tanques pesados à Ucrânia, numa decisão inédita em 11 meses de guerra em solo ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 com uma ofensiva militar conduzida pela Rússia.
A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, disse na semana passada que os tanques deverão chegar à Ucrânia "na primavera", depois de passarem por um processo de recuperação, já que aqueles que o país tem para enviar estão inoperacionais há cerca de uma década e precisam de ser arranjados.
Segundo a ministra, serão enviados tanques Leopard 2 A4, de fabrico alemão, sendo que Espanha possui 108 carros de combate deste modelo.
Desses 108 tanques, 53 estão inoperacionais e sem uso há mais de uma década, numa base militar de Saragoça.
Segundo as mesmas fontes do Governo espanhol, deverão ser também formados em Espanha, na base de Saragoça, cerca de dez militares ucranianos, para puderem operar os Leopard 2.
Num debate na terça-feira no Senado espanhol (câmara alta do parlamento), o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, defendeu a continuidade e o reforço da ajuda à Ucrânia, incluindo o envio de mais equipamento militar.
"Estamos a ajudar do ponto de vista militar a Ucrânia, que está numa situação verdadeiramente dramática, que precisa da solidariedade dos aliados", afirmou, insistindo na necessidade de "dar equipamentos militares, munições, para a defesa da Ucrânia".
"Temos de o fazer. Em primeiro lugar, porque nos estão a pedir e, em segundo lugar, porque não pode haver equidistâncias entre quem agride e quem é agredido. E a partir daí vamos, como não pode ser de outra maneira, ajudar a Ucrânia a preservar a sua liberdade, a sua integridade territorial e a paz, que acredito que vai ser chave para a segurança europeia e para a segurança global", acrescentou.
No mesmo debate, o líder do maior partido da oposição em Espanha, o Partido Popular (PP), pediu a Sánchez para levar "os planos de ajuda a Ucrânia ao Congresso dos Deputados", a câmara baixa do parlamento, para serem conhecidos publicamente e votados.
"Se Espanha está a participar num conflito, tem de ser votado no Congresso", disse Alberto Núñez Feijóo, num apelo que não teve resposta por parte de Sánchez.
"Os espanhóis têm o direito de saber o que vamos enviar à Ucrânia, qual o impacto no nosso orçamento, tanto da Defesa como do Estado, se serão os carros de combate ou haverá aviões, se haverá mais dotação de armamento, que consequências enfrentamos com esta decisão", disse Feijóo.
O líder do PP referiu as divisões na coligação do Governo, em que os socialistas contam com a oposição do parceiro da extrema-esquerda Unidas Podemos na ajuda militar à Ucrânia, para dizer a Sánchez para não se preocupar, porque o Partido Popular está disponível para votar, no parlamento, a favor do envio de mais apoio aos ucranianos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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