A manifestação decorreu hoje à tarde e acabou com a entrega de uma petição na residência oficial do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, em Downing Street, contra a legislação que impõe serviços mínimos em certos setores.
O documento foi entregue pelo secretário-geral da federação intersindical britânica Trades Union Congress (TUC), Paul Nowak, juntamente com representantes dos Sindicatos dos Bombeiros e do Serviço de Ambulâncias.
"Tomaremos todas as medidas à nossa disposição para defender o direito à greve. Estamos a analisar muito cuidadosamente a forma como o faremos, a fim de tomar medidas legais se esta lei for por diante", afirmou a secretária-geral adjunta do TUC, Kate Bell, em declarações aos jornalistas.
Sindicatos representativos de quase meio milhão de pessoas, incluindo 100.000 funcionários públicos, convocaram uma greve para hoje que afetou mais de 23.000 escolas e paralisou a maioria dos comboios e um grande número de autocarros.
O sindicato de professores National Education Union disse que 85% das cerca de 23.000 escolas afetadas estão fechadas total ou parcialmente.
Porém, o Ministério da Educação indicou que só cerca de 52% das escolas foram parcialmente fechadas ou encerradas entre os 16.400 estabelecimentos públicos que providenciaram informação.
"A remuneração dos professores, juntamente com grande parte do setor público e em todos os setores, tem sido reduzida em termos reais desde 2010. O salário dos professores foi reduzido em 20%", disse Martin Rush, um professor que participou no protesto na capital britânica, à agência espanhola EFE.
Embora algumas escolas tenham oferecido um aumento de 5% aos professores, segundo contou também à EFE a mulher de Martin Rush, Alice, igualmente professora, estes fundos "têm de vir do orçamento escolar", pelo que "um aumento vai ser à custa de dinheiro retirado às crianças".
Na manifestação também participaram jovens em apoio à causa dos professores.
Para os próximos dias e semanas estão previstas mais greves, incluindo dos enfermeiros e dos tripulantes de ambulância, prolongando meses de disrupção no quotidiano dos britânicos devido às disputas sobre salários e condições de trabalho entre os sindicatos e o Governo britânico.
Os sindicatos exigem aumentos ainda este ano acima da taxa de inflação atual de 10,5% para compensar a perda de compra causada sobretudo pela subida dos preços da energia e alimentação.
O Governo tem argumentado que este valor é incomportável porque arrisca atear a inflação, preferindo negociar aumentos para o ano fiscal que começa em abril.
Desde o verão passado que o Reino Unido regista greves e protestos em múltiplos setores, que estão a ser comparadas aos grandes conflitos laborais dos anos 1970 conhecidos por "inverno de descontentamento".
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