Sanções afetaram imagem da Rússia como "exportador de armas credível"
O Ministério da Defesa do Reino Unido avisa que a capacidade dos russos de fazerem a manutenção dos equipamentos exportados vai ficar mais difícil durante pelo menos três anos.
© Getty
Mundo Ucrânia/Rússia
A guerra na Ucrânia tem levado ao limite a produção bélica russa e, avisa esta quinta-feira o Reino Unido, as exportações de armas estão a sofrer com o declínio na reputação da Rússia como um "exportador de armas credível".
No último relatório sobre a situação na Ucrânia, os serviços de inteligência do Ministério da Defesa britânico afirma que "o papel da Rússia como um credível exportador de armas está a ser muito provavelmente minado pela sua invasão na Ucrânia e pelas sanções internacionais".
A guerra, explica o Reino Unido, apenas veio a intensificar uma tendência que já se vinha registando, já que "mesmo antes da invasão, a percentagem da Rússia no mercado de armas internacional estava a cair". "Agora, confrontada com exigências conflituosas, a Rússia vai certamente priorizar o desenvolvimento de novas armas para as suas próprias forças na Ucrânia, em vez de exportar para parceiros", acrescenta.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 2 February 2023
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) February 2, 2023
Find out more about the UK government's response: https://t.co/9fAjCUB3J7
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/b8uh2GQxgk
No entanto, os serviços secretos britânicos referem que esta mudança na produção de armamento será difícil, já que as várias sanções económicas, aplicadas por vários países ocidentais e por aliados da NATO por todo o mundo, está a causar uma escassez de componentes que "está a afetar provavelmente a produção de equipamentos, como veículos armados, helicópteros de combate e sistemas de defesa antiaérea".
"Além disso, a capacidade da Rússia de manter serviços de apoio para contratos de exportação em vigor, como o provisionamento de partes suplentes e manutenção, será seriamente dificultada durante os próximos três a cinco anos", finaliza o Reino Unido.
As dificuldades de armamento na Rússia não são recentes. No ano passado, perante a escassez drástica de armas para combater na Ucrânia, o regime passou a comprar equipamentos a países como a Coreia do Norte e o Irão. O uso de drones iranianos para atacar infraestruturas civis tem sido, aliás, muito criticado por governos ocidentais, apesar de tanto Teerão como o Kremlin negarem repetidamente a realização de encomendas após o início da guerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, também já advertiu publicamente a produção de armas no país, pedindo em dezembro que esta fosse acelerada para corresponder às exigências da guerra.
Segundo o Wilson Center, citado pela Sky News, a Rússia continua a ser o segundo maior exportador de armas do mundo, apenas atrás dos Estados Unidos. A indústria russa é responsável por 20% das exportações globais de armas, o que corresponde a uma receita de 13,6 mil milhões de euros por ano.
Leia Também: Estados Unidos impõem sanções a comerciante de armas russo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com