Vice-presidente do Equador alega que Presidente vai fazer golpe de Estado

A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, advertiu esta sexta-feira que "dentro de algumas horas" será consumado um "golpe de Estado", alegadamente planeado pelo presidente, Daniel Noboa.

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© David Diaz Arcos/Reuters

Lusa
10/01/2025 06:51 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Equador

"Dentro de algumas horas, o golpe de Estado planeado e anunciado pelo Presidente Daniel Noboa e pelo seu gabinete será consumado", disse Abad numa conferência de imprensa, que reclama para si a delegação das funções presidenciais enquanto Noboa faz campanha para as eleições gerais de fevereiro, nas quais procura apoio para governar até 2029.

 

O Presidente do Equador anunciou que vai delegar, durante três dias, o cargo da vice-presidência a Cynthia Gellibert, enquanto este faz campanha para as eleições.

Verónica Abad insistiu que tem sido vítima de uma "perseguição brutal, que tem um único objetivo: tomar o poder pela força".

Recordou que no sábado, através de um vídeo publicado nas suas redes sociais, anunciou que no dia seguinte assumiria a presidência quando, no início da campanha eleitoral, supôs que Daniel Noboa iria pedir a sua saída, mas que isso acabou por não acontecer.

Nesse vídeo, Abad pediu o apoio de várias instituições do Estado, incluindo as forças armadas, que responderam que não eram deliberativas e que lhes cabia acatar a vontade de Noboa, uma linha repetida pela polícia.

Verónica Abad salientou que Noboa "decidiu por si só não pedir uma licença" e "em vez de seguir a lei, decidiu nomear Cynthia Gellibert como Presidente da República", que Noboa nomeou no sábado passado como vice-presidente,

Daniel Noboa considerou que Abad estava ausente do cargo por não se ter deslocado a Ancara, na Turquia, como conselheira temporária, tal como estipulado num decreto.

As suposições do governo de que a iria fomentar um golpe de Estado são "mentiras", disse Abad, acrescentando que "é evidente que isso lhe trará não só consequências políticas, mas também jurídicas, nacionais e internacionais".

O secretário-geral da Assembleia Nacional (Parlamento), Alejandro Muñoz, afirmou que Verónica Abad deve assumir a Presidência do Equador enquanto Noboa faz campanha.

O parlamentar explicou que o Legislativo devolveu na quarta-feira o decreto enviado por Noboa, no qual ele confiava a presidência a Gellibert por três dias, por "erros legais e constitucionais", relacionados aos motivos da sua ausência temporária e a quem ele designou como substituta.

Noboa e Abad têm tido um confronto amargo desde o início do governo, em novembro de 2023, quando ele a enviou como embaixadora em Israel, e desde então Abad tem denunciado alegadas perseguições para a forçar a demitir-se e não lhe delegar a presidência durante a campanha eleitoral.

"Estou disposta a substituir o Presidente em democracia e em conformidade com a Constituição, mas impediram-me à força de assumir as minhas funções de vice-presidente", declarou, recordando que, no final de dezembro, nem sequer foi autorizada a entrar na vice-presidência, depois de os tribunais terem levantado a suspensão de cinco meses que lhe tinha sido imposta pelo Ministério do Trabalho.

Esta sanção baseava-se no facto de não ter mudado atempadamente de Israel para Ancara, numa altura de escalada das tensões no Médio Oriente, embora Abad tenha afirmado o contrário.

Leia Também: Campanha para as presidenciais no Equador começou este domingo

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