"Acho que a Ucrânia merece iniciar negociações sobre a sua adesão à UE este ano", disse o chefe de estado ucraniano, na véspera da cimeira de alto nível em Kiev entre as autoridades ucranianas, representadas por Zelensky, e de Bruxelas, com as presenças da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Von der Leyen garantiu à Ucrânia o total apoio da UE, tendo chegado a Kiev hoje acompanhada por 15 comissários e também pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A Comissão classificou a visita como um "símbolo forte" do apoio europeu à Ucrânia "diante da agressão injustificada da Rússia".
O Conselho da UE adotou hoje o sétimo pacote de assistência militar à Ucrânia, no valor de 500 milhões de euros, e uma verba de 45 milhões para financiar a Missão de Assistência Militar.
Segundo um comunicado do Conselho, o sétimo pacote de assistência às Forças Armadas da Ucrânia, disponibilizado através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), foi hoje adotado em Bruxelas no âmbito da cimeira entre a UE e a Ucrânia, na sexta-feira, em Kiev, e eleva o contributo europeu para os 3,6 mil milhões de euros.
Os Estados-membros deram ainda luz verde a uma nova verba de 45 milhões de euros para financiar a Missão de Assistência Militar da UE (UEMAM Ucrânia) e que se destina a "fornecer o equipamento e materiais não letais necessários, bem como os serviços de apoio às atividades de formação".
A UE conta também adotar o décimo pacote de sanções à Rússia até 24 de fevereiro, data em que se assinala um ano desde o início da invasão da Ucrânia, anunciou hoje a presidente da Comissão Europeia em Kiev.
Numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, por ocasião da reunião entre o colégio da Comissão Europeia e o governo ucraniano hoje celebrada em Kiev, Ursula von der Leyen garantiu que a UE vai continuar a fazer o Presidente russo, Vladimir Putin, pagar pela sua guerra atroz, com a adoção de novas sanções ainda este mês.
"Antes de Rússia começar a guerra, alertámos muito claramente sobre os custos económicos enormes que iríamos impor em caso de invasão, e hoje a Rússia está a pagar um preço elevado, à medida que as nossas sanções estão a asfixiar a sua economia", apontou a presidente do executivo comunitário.
O Parlamento Europeu, por sua vez, aprovou hoje uma deliberação que exorta a União Europeia (UE) a concretizar a adesão da Ucrânia e a avançar com o novo pacote de sanções à Rússia. O texto foi aprovado com 489 votos a favor, 36 contra e 49 abstenções.
A adesão da Ucrânia à UE alimenta discórdia entre os Estados-membros, mas na cimeira bilateral a Comissão quer alicerçar o compromisso com a integração e mostrar apoio inequívoco perante a Rússia, segundo fonte europeia.
A ambição da Ucrânia é clara: aderir ao bloco comunitário até 2026. Ainda que, do lado da UE, a integração não esteja em causa, o prazo certamente será outro, segundo reforçou hoje fonte europeia durante uma antecipação da cimeira de sexta-feira em Kiev, capital do país que foi invadido pela Rússia há quase um ano.
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