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Ucrânia? Empresas mudadas para manter "atividade económica"

Um deputado ucraniano afirmou hoje numa visita a Londres que a Ucrânia está a deslocalizar empresas para regiões seguras para conseguir gerar "o máximo de atividade económica possível", reconstruindo também o que os bombardeamemtos russos destruíram.

Ucrânia? Empresas mudadas para manter "atividade económica"
Notícias ao Minuto

18:51 - 03/02/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Já começámos a restaurar as estradas, pontes e habitações, e temos deslocalizado as empresas para regiões mais seguras. Não queremos esperar porque não sabemos quanto tempo vamos esperar" pelo fim da guerra, afirmou Dmytro Natalukha num encontro com jornalistas na capital britânica, onde se encontra em visita.

O Presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos do Parlamento Ucraniano viajou com colegas membros do Comité Ucraniano para a Reconstrução e Desenvolvimento e encontrou-se com representantes de várias instituições britânicas. 

Natalukha defendeu que é crucial gerar "tanta actividade económica quanto possível", porque o exército é financiado pelas receitas fiscais, enquanto os donativos internacionais pagam despesas humanitárias, salários do setor público e outras partes da economia. 

"Queremos que seja expandida o máximo possível porque, para nós, é uma questão de futura existência económica e de segurança económica. Não podemos permitir que indústrias específicas falhem porque são sistémicas e geram um efeito multiplicador incrível que é vital para outras indústrias e outros setores", defendeu.

Segundo o Ministério da Economia ucraniano, o PIB contraiu 30,4 por cento em 2022, com mais de 28% dos ucranianos desempregados.

O declínio da actividade económica foi determinado pela destruição física de muitos bens produtivos, como grandes fábricas no leste do país e infraestruturas agrícolas no sul.

A indústria metalúrgica, a base das exportações do país, perdeu um terço de todos os ativos, uma vez que as fábricas Azovstal e Illicha, em Mariupol, foram completamente destruídas, enquanto a ArcelorMittal Kryvyi Rih e a fábrica de coque de Avdiivka foram danificadas.

Com as exportações através do Mar Negro e do Mar dos portos de Azov completamente bloqueadas, a produção da indústria caiu cerca de 70%.

A situação no setor agrícola, outro motor do crescimento económico nos últimos anos, foi resolvida com a "Iniciativa de Cereais" apoiada pela ONU, que ajudou a retomar as exportações a partir de três portos ucranianos na área de Odessa.

Segundo o vice-ministro da Economia, Taras Kachka, o milho tornou-se o principal produto exportado pela Ucrânia em 2022, tanto em termos de quantidade (25 milhões de toneladas) como em valor (5.950 milhões de dólares).

Globalmente, as exportações caíram 35% em termos monetários, uma vez que a Ucrânia conseguiu exportar cerca de 100 milhões de toneladas de bens no valor de 44.000 milhões de dólares. As exportações de minério de ferro e trigo caíram 58% e 44,7%, respetivamente.

Um dos objetivos de Comité Ucraniano para a Reconstrução e Desenvolvimento é tentar atrair interesse e investimento no país, sobretudo depois do fim da guerra, que o deputado Dmytro Natalukha admite ser incerto. 

"As empresas britânicas podem ter um papel central na reconstrução. O Reino Unido é um dos aliados mais ousados que temos em termos militares e parece um pouco injusto fazer negócios com empresas de outros países que não são tão ativos", comentou.

Natalukha disse que Alemanha, Países Bálticos, Áustria e Suíça são alguns dos países cujos investidores têm estado mais em terreno à procura de oportunidades, as quais o deputado acredita que serão "incríveis em certos setores" económicos. 

A infraestrutura energética é uma das áreas onde a Ucrânia vai precisar de investimento, exemplificou. 

"Uma coisa que aprendemos com esta guerra é que quanto mais descentralizada for a sua rede energética, melhor, porque quando a Rússia começou a bombardear a rede de energia civil, percebeu-se que a centralização era um ponto muito fraco".

No futuro, adiantou, as regiões ucranianas vão querer "desenvolver as suas próprias redes de energia para serem sustentáveis", usando desde fontes renováveis como vento, solar e hidrogénio até, "provavelmente", nuclear.

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