"Durante os 346 dias de guerra, eu sempre disse que a situação na frente [da batalha] é difícil. E que a situação está a ficar mais difícil. Agora é um daqueles momentos novamente. O ocupante lança mais e mais forças para romper as nossas defesas", afirmou Zelensky na sua habitual mensagem diária aos ucranianos.
Zelensky reconheceu que a situação "está muito difícil em Bakhmut, em Vuhledar, na direção de Liman", mas garantiu que a coragem e determinação dos militares ucranianos farão fracassar os planos do país agressor.
O Presidente da Ucrânia referiu-se também ao inimigo interno, defendendo que é necessário "limpar" o país.
"Assinei os documentos correspondentes para dar mais um passo para proteger e limpar o nosso país daqueles que estão do lado do agressor", disse.
Zelensky observou que o Serviço de Segurança da Ucrânia apresentou-lhe um relatório sobre os ucranianos que têm cidadania russa e expressou a sua disposição para agir contra eles.
O chefe de Estado retirou a cidadania ucraniana a cinco ex-funcionários do Governo do ex-Presidente ucraniano Viktor Yanukovych, deposto em 2014 e atualmente foragido na Rússia.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, prometeu hoje realizar "auditorias internas" no seu ministério, após um escândalo de corrupção ligado ao abastecimento do Exército.
Reconhecendo que os serviços anticorrupção do seu ministério "falharam nas suas obrigações", Reznikov anunciou que foi lançada uma "auditoria interna de todos os contratos públicos", prometendo também "uma auditoria de assistência técnica internacional".
Numa altura em que Kiev regista um aumento de material militar ocidental e cresce a pressão para dissipar dúvidas sobre a corrupção no sistema político ucraniano, o ministro da Defesa prometeu mais transparência e escrutínio na sua área de influência governamental.
Reznikov, no entanto, foi evasivo sobre a possibilidade de vir a demitir-se, uma hipótese colocada por vários meios de comunicação ucranianos, respondendo apenas que a decisão cabe ao Presidente Zelensky.
No final do mês passado, a Ucrânia foi abalada por uma série de demissões no contexto de um escândalo de corrupção revelado pela imprensa relacionado com um contrato assinado pelo Ministério da Defesa por um valor alegadamente inflacionado de produtos alimentícios destinados aos soldados.
Este foi o primeiro grande caso de corrupção desde o início da invasão russa, num país acostumado a esse tipo de situações antes da guerra.
A partir deste caso, as autoridades ucranianas lançaram uma vaga de investigações sobre funcionários públicos, para provar o empenho na luta contra a corrupção.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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