O chefe do Governo "reiterou a vontade da Grécia em ajudar imediatamente a Turquia" e apresentou "as suas condolências mais sinceras", segundo um breve comunicado do seu gabinete, enquanto fortes tensões continuam a opor os dois vizinhos e rivais históricos.
Mitsotakis tinha já manifestado anteriormente disponibilidade para "colocar todas as forças [gregas] à disposição da Turquia", e anunciou o envio de um avião da Força Aérea grega com 20 bombeiros e ajuda humanitária.
"Foi um tremor de terra catastrófico", acrescentou, precisando que a Grécia poderá fornecer à Turquia "diversos equipamentos, material médico, cobertores, tendas", em função das necessidades.
O último contacto entre os dois dirigentes ocorreu em outubro passado em Praga, com um incidente durante o lançamento da comunidade política europeia, recordou à agência AFP uma fonte dos serviços do primeiro-ministro grego.
Mitsotakis abandonou prematuramente um jantar de chefes de Estado e de governo quando Erdogan acusou a Grécia de responsabilidade pela instabilidade no Mediterrâneo oriental.
Os dois países, que integram a NATO, também colidem na questão migratória, com Atenas a ser acusada de repatriamentos forçados de migrantes na sua fronteira com a Turquia. Atenas e Ancara também divergem na questão dos hidrocarbonetos no Mediterrâneo, e com a liderança turca a questionar as atuais fronteiras marítimas.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros grego, Nikos Dendias, disse ter comunicado com o seu homólogo turco Mevlut Çavusoglu e repetido estar pronto a fornecer "uma assistência imediata" à Turquia.
O C-130 grego que deverá descolar ainda hoje também transporta o presidente do organismo grego de luta contra os sismos (Oasp), para participar "na gestão dos esforços para enfrentar este desastre", indicou hoje Yiannis Oikonomou, porta-voz do Governo grego.
Apesar da sua rivalidade histórica, Atenas e Ancara cooperam em casos de catástrofes naturais, como tem sucedido em anteriores sismos que atingiram os dois países.
O número de mortos provocado pelo forte sismo que atingiu a Turquia e a Síria aumentou para mais de 2.600, nos dois países, com relatos de milhares de feridos e de prédios destruídos.
De acordo com o ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca, o sismo matou 1.651 pessoas na Turquia e feriu pelo menos 11.159, havendo registo de cerca de 3.500 prédios destruídos.
Na Síria, país também fortemente afetado pelo terremoto com epicentro na Turquia, as autoridades estimam que haja pelo menos mil mortos e quase 2.500 feridos.
O tremor de terra atingiu o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria e é considerado o maior desde 1939. O tremor de 7,8 de magnitude também se fez sentir no Líbano, Chipre, Israel e Jordânia.
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