A operação, refere a polícia em comunicado, visa interromper a logística da atividade criminosa na região, desativar as infraestruturas utilizadas pelos mineradores ilegais e obter provas para serem levadas a tribunal.
Nos últimos dias, vários órgãos do Estado intensificaram suas ações para assumir o controlo do território Yanomami e expulsar os cerca de 15 mil mineradores que operavam ilegalmente na área e são acusados de provocar uma crise humanitária que ameaça a comunidade indígena.
Há três semanas, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou a região e ordenou a retirada dos mineradores ilegais das terras Yanomami.
O Governo decretou estado de emergência sanitária devido às graves condições de desnutrição e doenças que atingem grande parte dos Yanomami, em parte relacionadas com os produtos tóxicos utilizados pelos mineradores, como o mercúrio.
Agentes da Força Nacional, grupo de elite da polícia regional de todo o país, também participam da nova operação policial. Assim como agentes do Instituto do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Nesta fase, detalhou a polícia, a mineração ilegal será interrompida através da destruição de máquinas e recursos dedicados a esta prática.
"Os não indígenas também serão retirados do território, preservando os direitos humanos de todos", lê-se na nota.
O chefe da Diretoria de Meio Ambiente e Amazónia da Polícia Federal, Humberto Freire, citado no mesmo documento, indicou que a operação visa também evitar "mais uma crise humanitária" entre os mineradores ilegais que podem ficar sem "os meios mínimos de subsistência".
Segundo Freire, a operação vai continuar até o "restabelecimento da legalidade na terra indígena Yanomami" com a saída total dos intrusos.
Paralelamente, a polícia brasileira realiza mais uma operação contra o branqueamento de capitais provenientes da extração ilegal de ouro na região.
O número de mineradores ilegais disparou em terras indígenas nos últimos quatro anos, incentivados pelo Governo apoiado pela extrema-direita do ex-presidente Jair Bolsonaro, defensor da exploração dos recursos amazónicos.
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