EUA impõem sanções a seis entidades chinesas ligadas a "balão-espião"

Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram restrições económicas a seis entidades chinesas que dizem estar ligadas aos programas aeroespaciais de Pequim, após o país ter abatido um alegado "balão-espião" chinês na semana passada.

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Lusa
11/02/2023 06:28 ‧ 11/02/2023 por Lusa

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Balão-espião

A decisão, revelada na sexta-feira, significa que as cinco empresas e um instituto de pesquisa, agora incluídas numa lista negra, terão maiores dificuldades em importar tecnologia norte-americana.

O Gabinete de Indústria e Segurança dos EUA disse que as seis entidades estavam a ser visadas pelo "seu apoio aos esforços de modernização militar da China, especificamente os programas aeroespaciais do Exército Popular de Libertação (PLA), incluindo dirigíveis e balões".

"O PLA está a utilizar balões de alta altitude para atividades de inteligência e reconhecimento", disse o gabinete, num comunicado

O vice-secretário do Comércio, Don Graves, disse na rede social Twitter que as autoridades "não hesitarão em continuar a usar" restrições e outras ferramentas regulatórias e de fiscalização "para proteger a segurança e a soberania nacional dos EUA".

Na semana passada, as forças norte-americanas abateram o que classificaram como um "balão-espião" chinês que sobrevoava os Estados Unidos.

A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que era "um aparelho voador civil usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológica", não para espionagem.

Washington divulgou na quinta-feira que o balão chinês foi equipado para detetar e recolher sinais de inteligência, integrando um programa de vigilância aérea militar que tem como alvo mais de 40 países.

Citando imagens dos aviões espiões U-2, o Governo norte-americano, em declarações à agência Associated Press, precisou que uma frota de balões opera sob a direção do EPL e é usada para espionagem, com equipamentos projetados para recolher informações de alvos em todo o mundo, tendo balões semelhantes já passado por cinco continentes.

O incidente criou um conflito diplomático que levou o líder da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a adiar uma rara visita à China, enquanto Pequim recusou, a 04 de janeiro, um telefonema do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, logo após o derrube do balão pelos norte americanos.

O Ministério da Defesa chinês disse na sexta-feira que recusou o telefonema do secretário da Defesa norte-americano porque Washington "não criou a atmosfera adequada" para o diálogo.

A ação dos EUA "violou gravemente as normas internacionais e estabeleceu um mau precedente", disse o porta-voz do ministério, Tan Kefei, em comunicado.

Também na sexta-feira, as forças norte-americanas derrubaram um "objeto desconhecido" que atravessava o espaço aéreo dos Estados Unidos na costa do Alasca, diferente do balão chinês, revelou a Casa Branca.

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