Número de mortos na Turquia e Síria vai "duplicar ou mais", diz ONU
O número de mortos causados pelos sismos na Turquia e Síria, que já ultrapassou os 28 mil, vai "duplicar ou mais", avisou o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
© Lusa
Mundo Sismos
"Acho difícil estimar [um balanço] precisamente porque temos que começar a escavar por baixo dos escombros, mas tenho a certeza que vai duplicar, ou mais", disse Griffiths à televisão britânica Sky News.
"Ainda não começámos realmente a contar o número de mortos", acrescentou o também Coordenador de Socorro de Emergência da ONU, que visitou no sábado a cidade de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, perto do epicentro dos sismos.
A Síria e a Turquia foram atingidas, na madrugada de segunda-feira, por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Os sismos mataram pelo menos 28.191 pessoas -- 24.617 na Turquia e 3.574 na Síria --, de acordo com os mais recentes números oficiais das autoridades turcas e sírias, avançados pela agência France-Presse.
A Agência de Gestão de Desastres da Turquia disse que mais de 32 mil membros de organizações turcas e 8.294 socorristas vindos do estrangeiro continuam a vasculhar os escombros em temperaturas extremamente baixas.
Uma equipa de 52 operacionais portugueses conseguiu no sábado resgatar uma criança de 10 anos em Antáquia, na região de Hatay, no sul da Turquia, afirmou a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
"Em breve, as pessoas encarregadas da busca e resgate darão lugar às agências humanitárias cujo trabalho é cuidar do número extraordinário de pessoas afetadas nos próximos meses", disse Griffiths, também no sábado, num vídeo publicado na rede social Twitter.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 26 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelos sismos, "incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis", de acordo com a organização, cujo diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou no sábado a Alepo, na Síria.
"Estou de coração partido ao ver as condições que os sobreviventes enfrentam, um tempo gelado e acesso extremamente limitado a abrigo, comida, água, calor e cuidados médicos", escreveu o responsável na rede social Twitter.
Além das preocupações humanitárias, a OMS lançou também um apelo para a recolha urgente de 42,8 milhões de dólares, cerca de 40 milhões de euros, e alertou para o risco de propagação da cólera, que reapareceu na Síria.
As Nações Unidas alertaram que pelo menos 870 mil pessoas precisam urgentemente de refeições quentes na Turquia e na Síria. Atualmente, acredita-se que até 5,3 milhões de pessoas estão desalojadas só na Síria.
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