O gerente de uma agência bancária e a sua companheira foram condenados, na segunda-feira, a uma multa de mais de meio milhão de euros por abusarem da fraqueza de familiares com deficiência que ganharam o Euromilhões em 2014.
O caso começou a começou a 12 de agosto daquele ano, na comuna francesa de Périgueux, quando um casal de sexagenários, tios da mulher agora condenada, arrecadaram 513.136,70 euros numa aposta no Euromilhões.
Sendo ele cego e ela com 80% de deficiência, pediram ajuda à sobrinha e ao companheiro para administrar aquela quantia.
Os acusados, atualmente com 54 anos, fizeram um contrato moral com o casal de idosos mediante o qual estes diriam à casa de apostas francesa que a aposta tinha sido dos quatro, para que o prémio fosse dividido. Em troca, construiriam uma casa para os sexagenários em Beauregard-de-Terrasson e ficariam a sustentá-los.
O caso mudou de figura em 2020, quando os idosos descobrem que a sobrinha e o companheiro haviam usado 80% do dinheiro do prémio para pagar as próprias dívidas e comprar dois apartamentos em Toulouse. Além disso, eram eles os proprietários da casa que tinham construído em Beauregard-de-Terrasson.
O processo judicial iniciou-se depois de os sobrinhos despejarem o casal daquela casa, de acordo com a France Bleu.
O tribunal condenou agora o casal mais novo a uma multa de 518.000 euros. A casa no centro da disputa - onde viviam os tios - foi confiscada e estes poderão recuperá-la, iniciando um processo junto da Agência de Gestão e Recuperação de Bens Apreendidos e Confiscados do Ministério da Justiça.
Os dois arguidos viram também confiscado um dos seus apartamentos em Toulouse, comprado com o dinheiro do jackpot dos familiares. Ambos têm agora 10 dias para recorrer da decisão do tribunal.
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