Blinken fala com África do Sul antes de exercícios navais

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, conversou pelo telefone com a chefe da diplomacia da África do Sul, Naledi Pandor, a dias dos exercícios militares conjuntos entre Pretória, Rússia e China, foi hoje anunciado.

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© STEFANI REYNOLDS/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
15/02/2023 12:00 ‧ 15/02/2023 por Lusa

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EUA

"O secretário de Estado Antony J. Blinken conversou com a ministra sul-africana das Relações Internacionais e Cooperação, Naledi Pandor, em 13 de fevereiro", salientou o porta-voz Ned Price, acrescentado que "o secretário Blinken agradeceu o desejo da ministra Pandor em encorajar o diálogo e a resolução pacífica de conflitos na Europa".

"Os dois líderes sublinharam as prioridades compartilhadas, incluindo a implementação dos compromissos assumidos na Cimeira de Líderes EUA-África em dezembro de 2022", adiantou, em comunicado divulgado hoje pela representação diplomática norte-americana em Joanesburgo, a capital económica do país.

"O secretário Blinken também discutiu com a ministra Pandor a aproximação do primeiro aniversário da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia e a importância de defender a Carta da ONU", concluiu o porta-voz norte-americano no comunicado a que a Lusa teve acesso.

A África do Sul foi um dos países que não votou, nas Nações Unidas, contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, tendo mantido uma posição neutra sobre o conflito, e pediu diálogo e a intervenção da ONU para resolver o conflito. A oposição acusou o executivo de apoiar a Rússia.

Além dos Estados Unidos e do Ocidente, a África do Sul democrática mantém também fortes laços com a Rússia e a China desde a Guerra Fria.

No mês passado, a chefe da diplomacia da África do Sul reivindicou a "soberania" sul-africana para decidir com quem estabelece relações, durante um encontro em Pretória com o seu homólogo russo Serguei Lavrov.

A operação naval multilateral com a Federação Russa e a China "faz parte de um programa de exercícios militares que as forças de defesa sul-africanas têm no âmbito de acordos com muitos países de todo o mundo", argumentou Naledi Pandor, questionando por que "ninguém fez perguntas" sobre outros exercícios militares realizados no passado com países ocidentais, como a França ou os Estados Unidos.

Após a visita de Lavrov, Pretória recebeu na mesma semana também a secretária de Estado do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.

No início da semana passada, o subsecretário de Estado norte-americano para o Crescimento Económico, Energia e Meio Ambiente, Jose W. Fernandez, deslocou-se à Cidade do Cabo, no mesmo dia em que a secretária de Estado adjunta dos EUA para os Assuntos Africanos, Molly Phee, iniciava na África do Sul uma visita ao continente africano, com deslocações agendadas também à Nigéria e Etiópia até 19 de fevereiro.

Em 31 de janeiro, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) reafirmou, em Windhoek, Namíbia, a posição de "não-alinhamento" do bloco regional sobre conflitos fora da região e do continente africano.

Os EUA conduziram de 23 de janeiro até 03 de fevereiro no âmbito do Exercício Obangame Express, na costa ocidental africana, exercícios navais com cerca de 33 países, entre os quais nove europeus - Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Portugal e Espanha -, segundo o comando das Forças Navais dos EUA Europa-África.

O exercício militar multilateral Mosi II, que se realiza no âmbito do Dia das Forças Armadas da África do Sul (21 de fevereiro), está agendado para de 17 a 27 de fevereiro em Durban e Richards Bay, província de KwaZulu-Natal, sudeste do país.  

Tem havido considerável oposição à presença naval russa no país, uma vez que o exercício militar coincide com o primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.

A fragata militar russa "Almirante Gorshkov" foi a primeira a atracar na segunda-feira, na Cidade do Cabo, na África do Sul, para os exercícios navais conjuntos ao largo da costa nos próximos 10 dias, segundo a imprensa sul-africana.

Leia Também: EUA apresenta Banco Verde para redução de gases com efeito de estufa

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