Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 0,11%, o tecnológico Nasdaq avançou 0,92% e o alargado S&P500 subiu 0,28%.
Porém, Karl Haeling, do LBBW, chamou a atenção para o facto de o bom comportamento do mercado acionista, apesar da tensão suscitada no obrigacionista devido à subida inesperada das vendas do comércio retalhista, "não ter uma explicação muito clara".
A mesma perplexidade foi manifestada por Peter Cardillo, da Spartan Capital: "Apesar das notícias macroeconómicas fortes e da subida dos rendimentos obrigacionistas, os investidores estão convencidos de que a Fed não vai ser demasiado agressiva e que o fim do ciclo de subida da taxa de juro de referência está à vista".
As vendas do comércio retalhistas em janeiro, que representam uma boa parte do consumo dos norte-americanos, motor da economia, apresentaram a sua mais forte subida desde há dois anos, ao aumentarem em três por cento, em termos mensais, segundo o índice divulgado hoje. Em comparação, os analistas esperavam uma alta bem mais moderada, de 1,9%.
De imediato, o mercado reagiu com inquietação e os índices recuaram, com a força dos consumidores a perturbar os investidores, uma vez que o seu dinamismo indica que "a economia permanece impermeável à Fed" e às suas subidas da taxa de juro para fazer descer a inflação.
Mas os índices, liderados pelo Nasdaq, recuperaram, com os investidores a decidirem "considerar boa notícia uma boa notícia", como comentou Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.
"É como se o cenário de uma aterragem suave da economia estivesse em vias de se dissipar", notou Cardillo.
A mesma consideração foi expressa por Haeling, ao observar que "se a Fed quiser subir mais a taxa, pode fazê-lo face a uma economia mais forte, (...) e poderíamos então não ter qualquer recessão".
Mas os rendimentos proporcionados pelas obrigações voltaram a subir, com os dos títulos a 10 anos a atingirem os 3,80%, o nível mais alto do ano em curso.
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