Um forte dispositivo policial deslocou-se ao redor do tribunal no centro da capital, lançando gás lacrimogéneo contra cerca de uma centena de apoiantes de Sonko, que queriam acompanhar o julgamento, levando os jovens a dispersarem temporariamente pelas ruas adjacentes.
Estes incidentes ocorreram num clima de tensão crescente no Senegal, país conhecido pela sua estabilidade numa região conturbada.
Este novo encontro com a justiça de Sonko, que foi terceiro nas eleições presidenciais de 2019 e declarado candidato para 2024, motivou uma grande força policial.
Sonko é acusado pelo ministro do Turismo, Mame Mbaye Niang, também funcionário do partido presidencial, por "difamação, insultos e falsificação".
O julgamento começou após uma enorme agitação registada aquando da entrada do arguido, com os guardas a impedir os seus apoiantes de entrar numa sala já cheia de jornalistas e representantes da oposição.
O julgamento acabou por ser adiado para 16 de março.
Sonko tinha-se abstido de comparecer a 02 de fevereiro, com os seus advogados a assegurar que o seu cliente não tinha recebido uma citação.
Na quarta-feira à noite, Sonko anunciou que iria ao julgamento hoje de manhã e convocou "todos os senegaleses a juntarem-se [a ele] no tribunal de Dacar, para pôr fim a esta farsa".
A sua passagem numa comitiva de uma dúzia de carros, seguido por muitos veículos das forças de segurança, causou um tumulto em Dacar, bloqueando o tráfego numa das principais estradas da capital.
Em março de 2021, Sonko tinha ido com uma multidão a uma citação perante um juiz, no caso de uma alegada violação. A sua detenção no caminho provocou os tumultos mais graves do país dos últimos anos, causando a morte de 12 pessoas.
Sonko alega que existe uma conspiração para o manter fora das eleições presidenciais e que o poder judicial está a ser utilizado pelo Presidente, Macky Sall, o que este refuta.
A magistratura ordenou em janeiro o encaminhamento de Sonko para um tribunal no caso da alegada violação, o que Sonko contesta, não estando marcada uma data para o julgamento.
Mas o caso de difamação está a atrair cada vez mais atenção, tendo em conta as leis que preveem a remoção dos cadernos eleitorais e, logo, a inelegibilidade num certo número de casos de condenação.
À saída do tribunal, Sonko foi retirado à força do seu veículo pelas forças de segurança.
As imagens transmitidas em direto nas redes sociais mostram homens de uniforme, aparentemente gendarmes, a partir a janela do carro que transportava Sonko, que se recusava a sair.
Sonko foi retirado à força e perguntou aos homens fardados se estava preso, ao que eles responderam que não, afirmando que o levariam para casa.
A prefeitura indicou mais tarde que o elemento da oposição tinha sido levado para casa.
[Notícia atualizada às 15h59]
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