A poucos dias das eleições presidenciais na Nigéria, pelo menos oito polícias foram mortos por atiradores de movimentos separatistas no sudeste do país, numa altura em que os observadores internacionais estão cada vez mais preocupados com uma onda de violência durante as votações.
Na segunda-feira, citadas pela Associated Press, as autoridades policiais anunciaram que quatro polícias foram mortos num ataque numa estação no estado de Anambra. Durante o fim de semana, outros quatro polícias foram mortos.
Os atiradores terão disparado sobre os agentes depois de criarem uma explosão. Três dos homens foram mortos pelas autoridades e outros dois foram detidos
Os incidentes dos últimos dias surgem depois de, no mesmo estado de Anambra, a polícia ter resgatado 15 pessoas que tinham sido raptadas por um grupo de atiradores.
O governo acusa os homens de pertencerem a uma milícia separatista, conhecida como o Povos Indígenas de Biafra (IPOB, na sigla em inglês), um grupo que pretende a independência da região no sudeste do país e que iniciou atividade em 2012.
O IPOB passou a ser considerada como uma organização terrorista em 2017, com o estado central nigeriano a acusá-lo de de incentivar à violência e de destabilizar a região em altura de eleições. Por outro lado, o grupo acusa o governo de suprimir a liberdade de expressão no sudeste do país.
À Associated Press, uma fonte da comissão eleitoral independente disse que as autoridades têm tido dificuldades em colocar urnas de voto devido às ameaças à segurança dos funcionários.
Depois de oito anos à frente do país e de um mandato marcado por enorme contestação popular, nomeadamente devido às dificuldades económicas da população, o presidente Muhammadu Buhari vai abandonar a liderança do país. Há 18 candidatos à presidência, mas, segundo a BBC, apenas três têm hipóteses realistas de vencer a eleição: Bola Ahmed Tinubu, o principal candidato do sudoeste; Atiku Abubakar, o líder da oposição; e Peter Obi, a terceira opção pelo partido trabalhista.
O país vai a votos no dia 25 de fevereiro. Caso nenhum dos candidatos consiga uma maioria absoluta, a segunda volta realizar-se-á após três semanas.
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