"Um ditador nunca poderá acabar com o amor do povo pela liberdade"

O presidente norte-americano, Joe Biden, assegurou, esta terça-feira, que "a Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia" e que o Ocidente não tenciona atacar Moscovo, como alegou o presidente russo.

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Lusa
21/02/2023 18:10 ‧ 21/02/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Falo uma vez mais para o povo russo. Os Estados Unidos e as nações da Europa não tentam controlar ou destruir a Rússia. O Ocidente não está a conspirar para atacar a Rússia, como disse hoje Putin", afirmou Joe Biden, durante um discurso, em Varsóvia, onde está depois de ter feito uma visita surpresa a Kyiv, na segunda-feira.

Esta terça-feira de manhã, Vladimir Putin declarou ser "impossível derrotar a Rússia no campo de batalha" e retirou o país do acordo de limitação de armas nucleares com os Estados Unidos.

O discurso de Putin, o primeiro sobre o estado da nação em quase dois anos, aconteceu três dias antes do primeiro aniversário da ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022.

O presidente dos Estados Unidos condenou a "brutalidade" de Moscovo, que cometeu "crimes contra a Humanidade, sem vergonha nem escrúpulos": "Atacaram civis com morte e destruição, usaram a violação como arma de guerra", disse.

"A fome dos autocratas não pode ser saciada, temos de nos opor a ela. E os autocratas só entendem uma palavra: não, não, não. Não tomarás o meu país, não me tirarás a liberdade, não tomarás o meu futuro", declarou Joe Biden, acrescentando que "um ditador nunca poderá acabar com o amor do povo pela liberdade", e que as nações de todo o mundo não aceitarão "um mundo governado pelo medo e pela força".

Esta é a segunda visita oficial de Biden à Polónia nos últimos 12 meses.

Na quarta-feira, o presidente norte-americano deverá reunir-se, em Varsóvia, com os chefes de Estado e de Governo de nove países do flanco leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que ficam geograficamente mais próximos da Rússia.

Após um ano do início da ofensiva militar, levada a cabo sob o pretexto da necessidade de "desnazificar" e "desmilitarizar" a Ucrânia para segurança da Rússia, Putin não atingiu o objetivo de controlar totalmente o Donbass, ainda que tenha conseguido manter um corredor terrestre que une o leste ucraniano à anexada península ucraniana da Crimeia (em 2014), através da costa do mar de Azov.

Nas últimas semanas, fontes ucranianas e ocidentais têm alertado para o início de uma nova grande ofensiva russa, cenário que tem desencadeado apelos para aumentar o fornecimento de armamento a Kyiv.

Em reação à ofensiva russa, a comunidade internacional tem imposto à Rússia sanções políticas e económicas sem precedentes.

Leia Também: Putin? "Que mentiroso", atira diplomata ucraniano

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