Maputo. ONG acusa polícia de matar jovem "que não representava perigo"
A organização não-governamental Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) acusou hoje a Polícia da República de Moçambique (PRM) de assassinar um jovem "que não representava qualquer perigo" em Maputo, exigindo a responsabilização dos agentes alegadamente envolvidos.
© Lusa
Mundo Moçambique
O caso ocorreu na sexta-feira, no Bairro 3 de Fevereiro, na periferia da cidade de Maputo, quando um homem de 37 anos que fazia manobras arriscadas numa viatura desobedeceu a uma ordem da polícia e foi baleado pelo grupo de agentes que o intercetou, de acordo com um comunicado do CDD.
"Segundo as pessoas que estavam no local, a polícia mandou-o descer do carro, tanto que quando eu cheguei para reconhecer o corpo havia uma porta aberta. Quando ele abriu a porta para descer, apareceu um agente, que se achou dono do mundo porque portava uma arma, e atirou nele. Deu-lhe dois tiros na cabeça, sem nenhuma explicação", referiu uma fonte familiar citada pelo jornal O País na sexta-feira.
Para a organização não-governamental CDD, trata-se de mais um caso de violação do direito à vida protagonizada por agentes que têm como função garantir a segurança dos cidadãos.
"O CDD exige a responsabilização dos agentes envolvidos no assassinato do jovem na última sexta-feira em Maputo. O Estado deve assumir a sua responsabilidade no caso, pagando uma compensação justa à família do finado. Aliás, é de lei que o Estado é responsável pelos danos causados por atos ilegais dos seus agentes, no exercício das suas funções, sem prejuízo do direito de regresso", refere o comunicado do CDD.
A Lusa contactou a Polícia da República de Moçambique, que prometeu pronunciar-se oportunamente.
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