Garret Miller estava a utilizar uma camisola que dizia "Eu estava lá, Washington DC, 06 de janeiro de 2021" com uma foto do então Presidente Donald Trump quando foi detido pelos polícias na sua residência na região de Dallas.
Este norte-americano já cumpriu mais de dois anos atrás das grades desde a sua detenção e, devido ao bom comportamento, deve cumprir mais oito meses de prisão, adiantou o seu advogado, F. Clinton Broden.
Miller, de 36 anos, estava entre os muitos manifestantes que documentaram minuciosamente as suas ações naquele dia, com uma 'enxurrada' de publicações nas redes sociais, chegando a publicar uma 'selfie' dentro do Capitólio.
Em 06 de janeiro, Miller ajudou a liderar o ataque quando os manifestantes removeram barreiras e invadiram a frente leste do Capitólio, referiram os procuradores, acrescentando que foi detido pela polícia duas vezes, mas libertado e instruído a sair, enquanto as forças de segurança tentavam controlar a multidão.
Em vez de sair, Miller entrou no Capitólio, onde as autoridades dizem que foi agressivo para com os agentes, ignorou as suas ordens, agarrou o bastão de um agente e colocou a mão num outro, enquanto resistia para não sair do edifício, segundo os procuradores.
Na noite da invasão do Capitólio por apoiantes do então Presidente Donald Trump, a congressista democrata Ocasio-Cortez, conhecida como AOC, publicou no Twitter a palavra "Impeach" ["Impeachment" ou destituição, em português], com Miller a responder-lhe "Assassinar AOC".
Antes, após as eleições de 2020 conquistadas pelo democrata Joe Biden, Miller também enviou uma mensagem ameaçadora para a conta do Instagram do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, onde escreveu: "Estamos a ir atrás de si", referiram ainda os procuradores.
A defesa de Garret Miller destacou que, apesar da publicação do seu cliente sobre Ocasio-Cortez e das mensagens sobre polícias, "não há indicação de que tenha feito qualquer esforço para realmente prejudicar alguém".
Numa carta dirigida ao juiz, Miller considerou as suas publicações nas redes sociais "nojentas e totalmente embaraçosas", pedindo desculpa a Ocasio-Cortez, Schumer e aos polícias com quem interagiu em 06 de janeiro.
Miller foi acusado separadamente este mês no tribunal federal do Texas por uma acusação de posse de uma arma de fogo não registada, de acordo com documentos judiciais, depois de ter sido detido com uma arma semiautomática estilo AR, modificada para disparar como uma metralhadora.
Este norte-americano está entre as quase 1.000 pessoas acusadas de crimes federais relacionados com o motim de 06 de janeiro, sendo que mais de 500 declararam-se culpados.
Cerca de 400 manifestantes foram condenados, com mais da metade a receber penas de prisão que variam entre os sete dias e 10 anos.
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