Combate à corrupção em África e América Latina deve ser "prioridade"
O antigo Presidente da Colômbia Andrés Pastrana considerou hoje em Lisboa que o processo de democratização da América Latina tem muitas semelhanças com o processo africano e salientou que combater a corrupção deve ser a principal prioridade.
© EVA MARIE UZCATEGUI/AFP via Getty Images
Mundo Andrés Pastrana
Lisboa, 24 fev 2023 (Lusa) - O antigo Presidente da Colômbia Andrés Pastrana considerou hoje em Lisboa que o processo de democratização da América Latina tem muitas semelhanças com o processo africano e salientou que combater a corrupção deve ser a principal prioridade.
"A América Latina tem muitas semelhanças com o processo de democratização em África, os desafios são semelhantes, a começar pela corrupção, que é o inimigo número 1 da democracia", disse o presidente da Internacional Democrata do Centro (IDC-CDI), na conferência 'A Democracia em África', que decorre hoje em Lisboa.
"A compra e venda de votos nas eleições, a captura do poder por máfias que corrompem os políticos, subornam juízes, multiplicam o custo dos contratos públicos, prejudicam os investimentos na educação e na saúde são causas de sofrimento constante nos dois continentes", disse o antigo chefe de Estado da Colômbia na intervenção de abertura da conferência.
Para Andrés Pastrana, há muitos motivos para estas dificuldades, mas "a pobreza e a falta de emprego são os principais impulsionadores da corrupção, que gera mais pobreza e impede a canalização de recursos para os que mais precisam, originando um ciclo vicioso negativo".
Na intervenção de abertura, Pastrana vincou que a educação é a única solução para o combate à corrupção, já que gera uma classe de cidadãos mais conscientes dos seus direitos e deveres, e por isso mais despertos para a necessidade de exigir mais dos políticos.
A democracia, concluiu, "não é um fim, mas sim um meio para o progresso e o desenvolvimento".
A reunião, que tem como tema "Democracia em África", é promovida pela Internacional Democrática do Centro (IDC), que reúne mais de 90 partidos políticos, e decorre na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
A IDC África é presidida por Ulisses Correia e Silva, atual primeiro-ministro de Cabo Verde.
As conclusões do debate e respetivas linhas de força serão inscritas num documento final, denominado "Declaração de Lisboa".
O evento conta com a presença de diversos dirigentes dos partidos que compõem a IDC Internacional e IDC África, vários dos quais chefes de Estado e de Governo, assim como do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Entre os dirigentes políticos esperados figuram Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde e presidente do MpD, o partido no poder, Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau, Patrice Trovoada, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e presidente da ADI, o partido no poder, e Adalberto da Costa Júnior, presidente da UNITA, principal partido da oposição angolana.
O presidente da principal formação da oposição em Moçambique, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, o secretário-geral do partido marroquino Istiqlal, Nizar Baraka, o presidente da IDC Internacional e ex-presidente da Colômbia Andrés Pastrana, bem como diversos dirigentes de partidos da Guiné-Conacri, Burkina Faso, Madagáscar, Somália, e especialistas de assuntos políticos e de segurança de Espanha, França, Hungria e Reino Unido, participam igualmente na reunião.
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