EUA atribuem dois mil milhões à Ucrânia para munições e 'drones'

Os Estados Unidos assinalaram hoje o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia com o anúncio de um pacote de ajuda militar a Kyiv de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

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© Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images

Lusa
24/02/2023 11:37 ‧ 24/02/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O novo pacote inclui o envio de munições e de uma variedade de pequenos 'drones' (aeronaves não tripuladas) de alta tecnologia para as forças ucranianas utilizarem em combate, segundo o Pentágono (defesa dos Estados Unidos), citado pela agência norte-americana AP.

Com este novo pacote, os compromissos dos Estados Unidos da América (EUA) em assistência de segurança à Ucrânia para enfrentar as tropas russas ascendem a mais de 32 mil milhões de dólares (30,2 mil milhões de euros).

O anúncio desta nova ajuda de longo prazo foi feito poucos dias depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter feito uma visita surpresa a Kiev, onde assumiu um compromisso contínuo dos EUA para com a Ucrânia.

"Os americanos estão convosco, e o mundo está convosco", disse Biden ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a visita.

O Pentágono precisou, em comunicado, que a ajuda inclui armas para combater os sistemas não tripulados da Rússia e vários tipos de 'drones', incluindo o Switchblade 600, um aparelho "suicida" melhorado, bem como equipamento de deteção de guerra eletrónica.

As verbas destinam-se também à compra de munições adicionais para os Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (conhecidos pelo acrónimo em inglês Himars), munições de artilharia e munições para sistemas de foguetes guiados por laser.

O Pentágono não forneceu pormenores sobre a quantidade de qualquer tipo de munições que será comprada, numa "atitude invulgar", segundo a AP.

"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus aliados para fornecer à Ucrânia capacidades para satisfazer as suas necessidades imediatas no campo de batalha e os requisitos de segurança a longo prazo durante o tempo necessário", acrescentou o Pentágono, citado pela agência espanhola EFE.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse num comunicado que o primeiro aniversário da invasão russa é uma oportunidade para reafirmar o compromisso com os ucranianos e de "recordar que o que está em jogo na guerra da Rússia vai muito além da Ucrânia".

Os EUA também anunciaram hoje um novo pacote de sanções para atingir a economia da Rússia e reduzir o seu acesso a tecnologias sensíveis, como a dos semicondutores.

As novas sanções visam setores como a banca e as indústrias de defesa e de alta tecnologia da Rússia, segundo um comunicado da Casa Branca (Presidência), citado pela agência francesa AFP.

As medidas vão afetar "mais de 200 indivíduos e entidades" da Rússia e de "países terceiros em toda a Europa, Ásia e Médio Oriente que apoiam o esforço de guerra" russo, disse a Casa Branca, sem precisar de que países se trata.

As novas sanções visam "uma dúzia de instituições financeiras russas", bem como "funcionários e autoridades russas de representação que operam ilegalmente na Ucrânia".

O pacote inclui também medidas para contrariar tentativas de contornar as sanções já em vigor.

Estas novas sanções vêm juntar-se às múltiplas medidas decretadas contra interesses russos ao longo dos últimos 12 meses.

O Departamento de Comércio dos EUA irá também impor controlos de exportação a cerca de 90 empresas russas e de países terceiros, incluindo da China.

Essas empresas estão envolvidas em "atividades de evasão às sanções e atividades alternativas de apoio ao setor de defesa russo", disse a Casa Branca.

O setor metalúrgico e mineiro da Rússia está também na mira das sanções económicas.

"A ação de hoje resultará no aumento das tarifas sobre mais de 100 metais, minerais e químicos russos no valor de cerca de 2,8 mil milhões de dólares [2,6 mil milhões de euros] para a Rússia", de acordo com a Casa Branca.

Também irá aumentar significativamente os custos do alumínio fundido na Rússia para entrar no mercado norte-americano.

Segundo a administração norte-americana, estas medidas foram decididas "em coordenação com os parceiros e aliados do G7".

O G7 reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a que se junta a União Europeia (UE).

Presidido atualmente pelo Japão, o grupo dos países mais industrializados vai renuir-se ainda hoje em cimeira virtual para assinalar o primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

O G7 deverá anunciar a criação de um novo organismo conhecido como Mecanismo de Coordenação de Implementação para bloquear as tentativas de contornar as sanções existentes, segundo a AFP.

O novo órgão será presidido pelos Estados Unidos no seu primeiro ano de funcionamento, de acordo com a Casa Branca.

[Notícia atualizada às 13h09]

Leia Também: Governo alemão quer distribuição equitativa de refugiados ucranianos

 

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