O novo pacote inclui o envio de munições e de uma variedade de pequenos 'drones' (aeronaves não tripuladas) de alta tecnologia para as forças ucranianas utilizarem em combate, segundo o Pentágono (defesa dos Estados Unidos), citado pela agência norte-americana AP.
Com este novo pacote, os compromissos dos Estados Unidos da América (EUA) em assistência de segurança à Ucrânia para enfrentar as tropas russas ascendem a mais de 32 mil milhões de dólares (30,2 mil milhões de euros).
O anúncio desta nova ajuda de longo prazo foi feito poucos dias depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter feito uma visita surpresa a Kiev, onde assumiu um compromisso contínuo dos EUA para com a Ucrânia.
"Os americanos estão convosco, e o mundo está convosco", disse Biden ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a visita.
O Pentágono precisou, em comunicado, que a ajuda inclui armas para combater os sistemas não tripulados da Rússia e vários tipos de 'drones', incluindo o Switchblade 600, um aparelho "suicida" melhorado, bem como equipamento de deteção de guerra eletrónica.
As verbas destinam-se também à compra de munições adicionais para os Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (conhecidos pelo acrónimo em inglês Himars), munições de artilharia e munições para sistemas de foguetes guiados por laser.
O Pentágono não forneceu pormenores sobre a quantidade de qualquer tipo de munições que será comprada, numa "atitude invulgar", segundo a AP.
"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus aliados para fornecer à Ucrânia capacidades para satisfazer as suas necessidades imediatas no campo de batalha e os requisitos de segurança a longo prazo durante o tempo necessário", acrescentou o Pentágono, citado pela agência espanhola EFE.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse num comunicado que o primeiro aniversário da invasão russa é uma oportunidade para reafirmar o compromisso com os ucranianos e de "recordar que o que está em jogo na guerra da Rússia vai muito além da Ucrânia".
Os EUA também anunciaram hoje um novo pacote de sanções para atingir a economia da Rússia e reduzir o seu acesso a tecnologias sensíveis, como a dos semicondutores.
As novas sanções visam setores como a banca e as indústrias de defesa e de alta tecnologia da Rússia, segundo um comunicado da Casa Branca (Presidência), citado pela agência francesa AFP.
As medidas vão afetar "mais de 200 indivíduos e entidades" da Rússia e de "países terceiros em toda a Europa, Ásia e Médio Oriente que apoiam o esforço de guerra" russo, disse a Casa Branca, sem precisar de que países se trata.
As novas sanções visam "uma dúzia de instituições financeiras russas", bem como "funcionários e autoridades russas de representação que operam ilegalmente na Ucrânia".
O pacote inclui também medidas para contrariar tentativas de contornar as sanções já em vigor.
Estas novas sanções vêm juntar-se às múltiplas medidas decretadas contra interesses russos ao longo dos últimos 12 meses.
O Departamento de Comércio dos EUA irá também impor controlos de exportação a cerca de 90 empresas russas e de países terceiros, incluindo da China.
Essas empresas estão envolvidas em "atividades de evasão às sanções e atividades alternativas de apoio ao setor de defesa russo", disse a Casa Branca.
O setor metalúrgico e mineiro da Rússia está também na mira das sanções económicas.
"A ação de hoje resultará no aumento das tarifas sobre mais de 100 metais, minerais e químicos russos no valor de cerca de 2,8 mil milhões de dólares [2,6 mil milhões de euros] para a Rússia", de acordo com a Casa Branca.
Também irá aumentar significativamente os custos do alumínio fundido na Rússia para entrar no mercado norte-americano.
Segundo a administração norte-americana, estas medidas foram decididas "em coordenação com os parceiros e aliados do G7".
O G7 reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a que se junta a União Europeia (UE).
Presidido atualmente pelo Japão, o grupo dos países mais industrializados vai renuir-se ainda hoje em cimeira virtual para assinalar o primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.
O G7 deverá anunciar a criação de um novo organismo conhecido como Mecanismo de Coordenação de Implementação para bloquear as tentativas de contornar as sanções existentes, segundo a AFP.
O novo órgão será presidido pelos Estados Unidos no seu primeiro ano de funcionamento, de acordo com a Casa Branca.
[Notícia atualizada às 13h09]
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