"O mundo livre está em dívida com as mulheres e os homens da Ucrânia. A Itália está ao seu lado", disse a chefe do Governo italiano, num discurso em que elogiou o patriotismo dos ucranianos.
"Moscovo teve de enfrentar a reação heroica de um povo disposto a tudo para defender a sua liberdade e algo mais forte que mísseis e tanques: o amor pela sua pátria", disse Meloni, que na passada terça-feira esteve na Ucrânia e encontrou-se com o Presidente Volodymyr Zelensky.
A primeira-ministra italiana frisou ainda: "A Ucrânia não está e não estará sozinha, porque também defende os valores da liberdade e da democracia".
Durante a visita de Meloni a Kiev, o Presidente ucraniano criticou o ex-líder italiano Silvio Berlusconi pelas declarações recentes em que acusou a Ucrânia de ter iniciado a guerra na região do Donbass (leste ucraniano).
"A casa de Berlusconi nunca foi bombardeada, nunca chegaram tanques ao seu jardim, ninguém matou os seus familiares, ele nunca teve de fazer a mala às três da manhã. E tudo isso graças ao amor fraternal da Rússia", criticou Zelensky, citado pelo jornal italiano La Repubblica.
Nas últimas semanas, o antigo primeiro-ministro italiano, que é um dos principais aliados do Governo de Meloni, tem feito sucessivas declarações nas quais culpou a Ucrânia pela eclosão da guerra, como também reconheceu a sua boa relação com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Nas declarações de hoje, Meloni centrou-se no elogio aos valores defendidos por Kiev "de onde nasce a identidade europeia", afastando-se das declarações polémicas de Berlusconi.
"São esses valores que precisamos de preservar, sem os quais apenas conta a força militar, fazendo com que cada Estado corresse o risco de ser invadido pelo vizinho", concluiu a primeira-ministra italiana.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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