O Kremlin disse, esta segunda-feira, estar preocupado com a situação na região separatista da Transnístria, na Moldova, tendo ainda acusado a Ucrânia e outros países europeus de estarem a contribuir para a desestabilização da mesma, reporta a Reuters.
"Naturalmente, a situação na Transnístria é alvo da nossa maior atenção e um motivo de preocupação", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em declarações aos repórteres.
E acrescentou: "A situação está instável, está a ser provocada, provocada a partir do exterior".
A mesma fonte alegou ainda que a Rússia está ciente de que os seus "adversários do regime ucraniano", bem como dos "países europeus" parceiros de Kyiv, "são capazes de vários tipos de provocação" - responsabilizando-os, assim, pela complexidade da realidade na região.
Já anteriormente, Vadim Krasnoselsky, o autoproclamado presidente da Transnístria, tinha descrito o contexto na região como particularmente tenso, embora tenha garantido que, caso surgisse uma verdadeira ameaça de perigo, seria emitido imediatamente um aviso à população, segundo a agência noticiosa estatal russa RIA Novosti.
Recorde-se que, na semana passada, Moscovo avisou o Ocidente de que encararia quaisquer ações que configurassem uma ameaça às forças de manutenção da paz russas presentes na Transnístria como um ataque à própria Rússia.
Isto depois de, também este mês, a presidente da Moldova, Maia Sandu, ter acusado a Rússia de estar a conspirar um golpe de Estado - algo que Moscovo prontamente negou. Até porque, à semelhança da Ucrânia, também este país fazia parte da antiga União Soviética.
Desde o início da guerra, que teve início a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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