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Alemanha e França pedem fim da violência entre Israel e Palestina

Os governos da Alemanha e da França apelaram hoje ao fim da violência na Cisjordânia, considerando inaceitáveis quer o atentado que vitimou dois colonos israelitas quer as ações de represália contra civis palestinianos.

Alemanha e França pedem fim da violência entre Israel e Palestina
Notícias ao Minuto

12:34 - 27/02/23 por Lusa

Mundo Cisjordânia

Em Berlim, o Governo alemão considerou urgente evitar uma escalada de violência na situação "tensa" que se vive na Cisjordânia ocupada por Israel, após os atos de represálias cometidas por colonos israelitas.

"É urgente que sejam respeitados os acordos para evitar uma escalada e que todos se comprometam, agora, a não inflamar uma situação já muito tensa", disse Christofer Burger, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

Condenando "com grande firmeza o atentado contra dois jovens israelitas [de 20 e de 22 anos] nos territórios ocupados da Cisjordânia", a Alemanha, que elogiou os apelos à calma feitos pelas autoridades de Telavive, considerou "totalmente inaceitáveis" as operações de represália desencadeadas por colonos em várias localidades palestinianas.

Em Paris, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês considerou "inaceitáveis" os atos de violência contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada.

"A França condena veementemente o ataque que custou a vida a dois israelitas a 26 de fevereiro. Mas a violência contra civis palestinianos é inaceitável", declarou o Governo francês, sublinhando o receio de que a situação na Cisjordânia possa ficar "fora de controlo".

A violência ocorreu como retaliação à morte de dois colonos israelitas, horas antes, abatidos a tiro por um palestiniano.

Os colonos mortos foram identificados como Hillel e Yagel Yaniv, dois irmãos de 20 e de 22 anos, que viviam no colonato judaico de Har Bracha, a poucos quilómetros de Huwara, na região de Nablus, na Cisjordânia.

Domingo à noite, nos atos de represália, colonos israelitas, armados com facas, paus, pedras, armas de fogo, atacaram as cidades palestinianas de Huwara, Burin, Zatara, Odala e Asira al-Qabaliyya, na área de Nablus, na Cisjordânia, provocando, segundo os mais recentes dados, a morte a uma pessoa e ferimentos noutras 300.

Os colonos israelitas incendiaram 75 casas de palestinianos -- 35 delas ficaram completamente destruídas e as outras 40 sofreram danos parciais - e mais de 100 carros, de acordo com a agência de notícias EFE, que cita a imprensa palestiniana.

A retaliação de colonos israelitas surgiu depois do anúncio, também domingo, mas de manhã, do Governo da Jordânia, que indicou que representantes dos executivos de Israel e da Palestina, reunidos em Amã, concordaram em "trabalhar em prol de uma paz justa e duradoura", decisão entretanto saudada pelos Estados Unidos.

A Jordânia convidou as partes com o objetivo de reduzir as tensões antes do mês sagrado muçulmano do Ramadão.

Uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia adiantou que os representantes israelitas e palestinianos concordaram trabalhar em prol de uma "paz justa e duradoura" e afirmou a necessidade de "se comprometerem a desanuviar a escalada no terreno".

Na declaração, a diplomacia jordana afirmou que as duas partes também concordaram em preservar o 'status quo' num local sagrado contestado em Jerusalém, e que Israel tinha decidido suspender as aprovações para a criação de novos colonatos na Cisjordânia ocupada ao longo dos próximos quatro a seis meses.

Ambas as partes concordaram em apoiar "medidas de confiança" e em reunir-se novamente no próximo mês no Egito.

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