Denis Pushilin, líder interino da Rússia na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, desvalorizou as declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre a recuperação da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Em declarações à televisão russa Rossiya-24, citado pela agência de notícias TASS, o responsável afirmou que se tratava de “mais uma manobra de publicidade” com o objetivo de “elevar a moral” das tropas ucranianas.
“É mais uma manobra de publicidade. Mais um esforço para elevar a moral das Forças Armadas da Ucrânia”, começou por afirmar, acrescentando que a declaração se destina “à parte radical a sociedade”.
“É pouco provável que resulte em ações reais”, frisou. “Eles [ucranianos] estão a tentar identificar alguns objetivos, mas os caminhos não passam de uma manobra publicitária. É assim que eu vejo as coisas”.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, que o presidente ucraniano tem vindo a defender a necessidade de recuperar a Crimeia das tropas russas. No aniversário da guerra, na passada sexta-feira, Zelensky revelou que Kyiv se está a preparar para uma contraofensiva no leste da Ucrânia e que estão a ser reunidas brigadas especiais.
Já no domingo, Zelensky reafirmou que a paz só poderá ser restaurada no país com a recuperação dos territórios ocupados pela Rússia, incluindo a Crimeia.
“Há nove anos, a agressão russa começou com a Crimeia. Ao recuperarmos a Crimeia, restauraremos a paz”, afirmou Zelensky no Dia da Resistência à Ocupação Russa da Crimeia.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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