Olivia Crutchley roubou ao próprio avô, Roy Crtuchley, de 79 anos, um total de cerca de 75 mil libras (perto de 85 mil euros), ao longo de um ano e meio. Detida em outubro, altura em que confessou a autoria dos crimes, a jovem foi agora sentenciada a dois anos de prisão efetiva.
A britânica de 23 anos, viciada em opiáceos, bombardeou o avô ao longo deste tempo com e-mails falsos, supostamente vindos de advogados e solicitadores que lhe exigiam o pagamento de certas quantias no âmbito de uma ação legal contra a empresa B&Q, que alegadamente a teria despedido, e contra a qual a jovem pretendia avançar nos tribunais.
Só que Olivia nunca chegou sequer a trabalhar para esta empresa, muito menos a ser despedida. A jovem inventou cerca de 140 e-mails para justificar os pedidos de dinheiro ao avô, supostamente para pagar as despesas legais contra a empresa, bem como outros valores como formações, viagens e estadias.
O Tribunal da Coroa de Liverpool ouviu na segunda-feira que Olivia é a neta mais velha de Roy Crutchley, de 79 anos, e que mantinham um "vínculo forte". Citado pelo jornal britânico Liverpool Echo, Paul Blasbery, promotor, explicou, no entanto, que o relacionamento 'azedou' quando Olivia foi acusada de roubar 10 libras (cerca de 11 euros) da bolsa da mulher do seu avô, na altura em que foi viver com a mãe.
Resolvido esse problema, no entanto, a jovem disse ao avô que tinha sido contratada pela empresa britânica B&Q, mas que tanto as formações como as viagens, estadias e até o uniforme da empresa a tinham deixado numa situação financeira frágil. Depois, supostamente despedida, voltou a pedir ajuda ao avô para pagar as alegadas despesas legais.
A correspondência com pedidos de dinheiro continuou regularmente, vindo de vários contactos. Alguns deles supostamente vindos de advogados em busca de honorários.
O homem de 79 anos começou a suspeitar, no entanto, quando recebeu uma mensagem "pouco profissional", de um endereço que não era institucional, e no qual dizia que a sua filha tinha morrido de cancro.
Ao longo do ano e meio de fraudes, o idoso transferiu um total de 68.911,56 libras (cerca de 78.600 euros) para a neta e mais 6.057,30 libras (cerca de 6.900 euros) para o parceiro dela, totalizando uma perda de 74.968,86 libras (cerca de 85.500 euros).
A despesa obrigou o homem a contrair dois empréstimos bancários, bem como a vender várias das suas posses, entre elas um carro, e a esvaziar a sua conta de poupanças.
"Fiz isso para ajudar a minha neta mais velha. Ela já passou por tanta coisa na vida, só queria que algo lhe corresse bem. Pensei que a estava a ajudar. Só queria o melhor para ela", disse o homem, lamentando: "Não percebo porque é que a Olivia fez isto comigo depois de toda a ajuda que lhe dei ao longo dos anos."
A mulher foi detida em outubro do ano passado, altura em que admitiu a autoria de todas as burlas. Agora, foi condenada a dois anos de prisão efetiva.
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