Em comunicado, a ONU pediu uma "atmosfera pacífica" na Nigéria, de forma a que o processo eleitoral não seja prejudicado e que a "paz e a estabilidade" no país sejam alcançadas.
As Nações Unidas reafirmaram ainda a sua solidariedade e apoio ao povo e ao Governo da Nigéria.
Os dois principais partidos da oposição nigeriana pediram hoje a anulação das eleições presidenciais realizadas no sábado no país, o mais populoso de África, e a organização de uma "nova votação", denunciando a "manipulação dos resultados".
Os resultados, ainda parciais, proclamados oficialmente pela Comissão Nacional Eleitoral dão uma ligeira vantagem ao candidato do Congresso de Todos os Progressivos (APC, no poder), Bola Ahmed Tinubu, dizendo respeito a apenas 14 dos 36 estados e sem contar o território da capital federal, Abuja.
"A eleição está irremediavelmente comprometida e perdemos totalmente a confiança em todo o processo", declararam os representantes do Partido Democrático Popular (PDP) e do Partido Trabalhista (LP, na sigla em inglês) numa conferência de imprensa conjunta, exigindo que "esta eleição simulada seja imediatamente cancelada".
"Apelamos também à realização de uma nova eleição", frisou Julius Abure, presidente do LP.
Denunciando a "manipulação em massa", acreditam que os resultados já conhecidos "não refletem os desejos e aspirações dos nigerianos" expressos nas urnas.
Mais de 87 milhões de eleitores votaram no sábado para escolher entre 18 candidatos o próximo Presidente da Nigéria, país com uma economia débil, violência recorrente de grupos armados, bem como um empobrecimento geral da população.
A corrida presidencial está muito próxima entre três favoritos: Bola Tinubu lidera até agora com mais de 4,1 milhões de votos, contra três milhões de votos em Atiku Abubakar, candidato do PDP, o principal partido da oposição.
Peter Obi (LP), cuja popularidade entre os jovens, que o consideram honesto e competente, apanhou todos de surpresa, conquistou até agora 1,6 milhões de votos, segundo os dados parciais oficiais.
Este ex-governador de Anambra (sudeste) veio abalar a predominância histórica dos dois maiores partidos do país e suscitou até a possibilidade de uma segunda volta pela primeira vez desde o regresso do país à democracia em 1999.
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