Venezuela tem 269 presos políticos e mais de 9 mil pessoas com restrições

A organização não-governamental venezuelana Foro Penal (FP) denunciou hoje que 269 pessoas estão presas por motivos políticos no país e que mais de nove mil cidadãos continuam "submetidos arbitrariamente" a medidas que restringem a liberdade.

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Lusa
02/03/2023 06:39 ‧ 02/03/2023 por Lusa

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Venezuela

"Balanço de presos políticos: registamos, no Foro Penal, 269 presos políticos na Venezuela, dos quais 256 são homens e 13 mulheres", anunciou o advogado e vice-presidente da ONG na rede social Twitter.

Segundo Gonzalo Himiob, o total de detidos inclui "119 civis e 150 militares", todos adultos.

A ONG precisou que na semana passada não foi libertado nenhum preso político, que não foi detido nenhum cidadão por motivos políticos e que 115 dos 269 presos políticos já foram condenados por um tribunal, enquanto 154 aguardam julgamento.

"Desde 2014 registaram-se 15.777 detenções políticas na Venezuela", explicou o FP, notando que assistiu "gratuitamente mais de 12 mil detidos, hoje libertados, e outras vítimas de violações dos seus direitos humanos".

Segundo o FP, "além dos presos políticos, mais de nove mil pessoas continuam submetidas arbitrariamente a medidas restritivas da sua liberdade".

Através da rede social Twitter, o FP pede justiça para os venezuelanos que terão alegadamente sido vítimas da repressão no país.

"Como consequência da feroz repressão do Estado venezuelano, recordamos Maria Estefania González, 46 anos, uma mãe solteira com três filhos que foi baleada no peito durante um protesto antigovernamental em Las Veritas de El Cuji, Barquisimeto, estado de Lara, em 01 de junho de 2017", lê-se numa das mensagens.

O FP lembrou ainda Yhoifer Hernández, de 14 anos, o mais velho de três irmãos, que estudava no secundário e adorava o mar e o futebol. O jovem foi morto com uma bala no abdómen em Altamira, Caracas, quando saiu para protestar ao lado do pai contra a crise no país, em 01 de maio de 2019.

Ainda em Altamira, Jurubith Rausseo, de 27 anos, trabalhadora e mãe de dois filhos, de um e três anos, "ficou presa no meio de gás lacrimogéneo quando tentava ir trabalhar durante um protesto, morrendo com o impacto de um projétil na cabeça em 01 de maio de 2019".

"Muitos foram vítimas da repressão na Venezuela, aqui apresentamos os seus rostos, no entanto, devido à falta de fotografias, faltam muitos rostos. Não os esquecemos. Paz às suas almas", afirmou o FP.

Os dados dos presos políticos venezuelanos, registados pelo Foro Penal, foram enviados à Organização de Estados Americanos (OEA), para certificação.

Leia Também: Venezuela questiona TPI e nega crimes contra a humanidade

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