Sara Netanyahu é há muito uma figura polarizadora em Israel, e o incidente na quarta-feira num bairro chique de Telavive refletiu a divisão em Israel sobre o plano de reforma, vista pelos críticos como uma ameaça à existência do país.
Os manifestantes que se concentraram do lado de fora do salão de beleza gritaram "vergonha, vergonha" mas não tentaram forçar a entrada.
Centenas de polícias foram enviados para o local e escoltaram a saída de Sara Netanyahu até uma limusine.
Numa mensagem na rede social Instagram, Sara Netanyahu agradeceu à polícia a ajuda prestada e também às pessoas que lhe demonstraram apoio após o incidente.
"O incidente de ontem [quarta-feira] poderia ter terminado em assassínio", disse ela, pedindo aos líderes da oposição que condenem "a violência, a anarquia e o incitamento".
Entretanto, Netanyahu e os seus aliados políticos não dão sinais de diminuir a pressão para aprovar uma série de projetos de lei para reformar o judiciário de Israel.
Esta iniciativa polarizou ainda mais um país já profundamente dividido e desencadearam os maiores protestos em mais de uma década.
Hoje, os organizadores do protesto realizaram uma pequena manifestação junto ao gabinete de Netanyahu que reuniu cerca de 200 pessoas, a maioria veteranos do exército, juntando-se à ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Tzipi Livni um dia depois de terem proclamado o "dia da rutura", que se tornou violento quando a polícia reprimiu com dureza participantes num comício em Telavive.
O ministro da Justiça, Yariv Levin, um dos arquitetos da reforma judicial, disse quarta-feira à noite que, apesar do crescente clamor público, o governo de Netanyahu "não vai parar a legislação".
Os projetos de lei visam dar aos políticos e ao parlamento controlo sobre as nomeações judiciais, o poder de anular decisões do Supremo Tribunal e a capacidade de aprovar leis não sujeitas a revisão judicial.
Os críticos da reforma incluem um número crescente de ex-militares, académicos, economistas e líderes empresariais que dizem que as mudanças irão corroer o delicado sistema de pesos e contrapesos do país e erodir as instituições democráticas.
Netanyahu e os seus aliados ultranacionalistas e ultraortodoxos dizem que as mudanças são necessárias para controlar o poder de juízes não eleitos.
A batalha pela reforma do judiciário ocorre enquanto o julgamento de Netanyahu por acusações de aceitar subornos, fraude e quebra de confiança se arrasta.
Netanyahu rejeita as acusações, que alega fazerem parte de uma "caça às bruxas" por parte da polícia, do judiciário e da imprensa.
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