De acordo com o Inquérito de Conjuntura às Famílias realizado pelo INE no quarto trimestre do ano, o indicador de confiança no consumidor continuou, ainda assim, a manter a tendência negativa, face ao mesmo período de 2021.
"No quarto trimestre do ano 2022, o indicador de confiança no consumidor teve a tendência ascendente do último trimestre, realçando um ligeiro aumento na confiança das famílias cabo-verdianas, apesar de o referido indicador evoluir desfavoravelmente face ao mesmo período do ano 2021", lê-se no relatório.
O INE acrescenta que este resultado é justificado "pela apreciação negativa das famílias sobre a sua situação financeira para os próximos 12 meses", bem como "a evolução da situação económica do país para os próximos 12 meses e o desemprego, relativamente ao trimestre homólogo".
"Para as famílias inquiridas, nos últimos 12 meses, tanto a situação económica do seu lar como a situação económica do país evoluíram positivamente relativamente ao trimestre homólogo. Na opinião dos inquiridos, nos últimos 12 meses, os preços aumentaram e o desemprego diminuiu, relativamente ao mesmo período do ano 2021", refere.
Quando questionados sobre se tencionavam comprar um carro nos próximos dois anos, 93,8% dos inquiridos (84,5% no período homólogo de 2021) afirmaram ter a certeza absoluta que não o vão fazer.
"De referir ainda que uma fraca percentagem dos inquiridos (1,0%) afirmou que, 'provavelmente sim', irá comprar um carro nos próximos dois anos, e 4,6% afirmaram que 'provavelmente não' irão comprar um carro nos próximos dois anos", acrescenta o INE.
Relativamente à intenção de comprar ou construir uma casa nos próximos dois anos, 74,9% assumiram que não o previam fazer (contra 69,7% no período homólogo), e 11,5% afirmaram que provavelmente o vão fazer.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, depois voltou a rever, mas em alta, acima de 8% e já em dezembro para 10 a 15%.
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