Cinco países árabes rejeitam deslocações de Gaza em carta enviada aos EUA

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Qatar, Egito, Jordânia e Arábia Saudita rejeitaram a deslocação da população palestiniana da Faixa de Gaza numa carta enviada ao chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio.

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© Mahmoud Bassam/Anadolu via Getty Images

Lusa
04/02/2025 16:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Na carta, noticiada hoje pela agência espanhola EFE, os cinco governantes manifestam a sua "rejeição categórica de qualquer plano que vise deslocar os palestinianos de Gaza, como proposto pelo presidente [dos Estados Unidos da América - EUA] Donald Trump", no final de janeiro.

 

No documento, exigem "o envolvimento dos palestinianos no processo de reconstrução" da Faixa de Gaza, onde está em vigor um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, e alertam para as repercussões que qualquer deslocação em massa pode ter na região.

A carta é assinada por Abdullah bin Zayed Al Nahyan (Emirados Árabes Unidos), Ayman al-Safadi (Jordânia), Faisal bin Farhan (Árabia Saudita), Mohamed bin Abdulrahman al-Thani (Qatar) e Badr Abdelaty (Egito), sendo que estes dois últimos são também mediadores no processo negocial na Faixa de Gaza, e ainda pelo presidente do Comité Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein Sheikh Amin.

"O Médio Oriente já sofre com o maior número de pessoas deslocadas e refugiadas do mundo", observam os ministros, insistindo que "quaisquer novas operações de deslocação irão agravar a instabilidade regional e aumentar os riscos de extremismo e agitação".

Uma reunião ministerial entre o Egito, a Palestina, a Arábia Saudita, o Qatar, a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos e a Liga Árabe foi realizada no Cairo no sábado, onde a deslocação de palestinianos da Faixa de Gaza "em quaisquer circunstâncias" foi rejeitada.

Os representantes árabes expressaram por outro lado a sua disponibilidade para colaborar com a administração de Donald Trump, com vista a "uma paz justa e abrangente no Médio Oriente, de acordo com a solução de dois Estados, e trabalhar para libertar a região do conflito" que se prolonga há mais de 15 meses.

O encontro ocorreu pouco depois de Trump ter reiterado a sua confiança de que tanto a Jordânia como o Egito aceitariam deslocados da Faixa de Gaza no seu território, apesar da rejeição reiterada de ambos os países.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.

O conflito também provocou cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.

Negociado durante meses, a primeira fase do acordo cessar-fogo dura seis semanas e deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e o reforço da ajuda humanitária ao território.

A segunda fase, que começou a ser negociada esta semana, tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.

Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro.

Leia Também: Hamas diz que negociações da 2.ª fase do acordo com Israel "já começaram"

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