Lloyd Austin chegou hoje de manhã à capital iraquiana numa visita surpresa, deslocação realizada com o propósito de "reforçar e ampliar" a parceria entre os Estados Unidos e o Iraque, segundo indicou o líder do Pentágono (Departamento de Defesa).
A visita ocorre pouco antes de ser assinalado o 20.º aniversário da invasão norte-americana do Iraque, iniciada em 2003 e que ditou a queda do regime então liderado por Saddam Hussein.
"As forças norte-americanas estão dispostas a permanecer no Iraque a convite do Governo iraquiano", disse o chefe do Pentágono, recordando que as tropas dos Estados Unidos desempenham uma missão de "assistência e aconselhamento" para "apoiar a luta contra o terrorismo".
Austin afirmou que é intenção dos Estados Unidos "reforçar e ampliar" a parceria com o Iraque, após ter reunido com o seu homólogo iraquiano, Thabet al-Abbassi, e com o primeiro-ministro, Mohamed Shia al-Sudani.
"Estou otimista sobre o futuro da nossa parceria. Os Estados Unidos continuarão a reforçar e a ampliar a nossa parceria, na área da segurança, da estabilidade e da soberania do Iraque", disse o secretário da Defesa norte-americano.
O primeiro-ministro iraquiano sublinhou igualmente a vontade do Governo de Bagdad de "reforçar e consolidar" as relações com Washington, ao mesmo tempo que afirmou que procura "manter relações equilibradas" com as potências regionais e internacionais.
Quando cerca de 2.500 soldados norte-americanos estão estacionados no Iraque como parte da coligação internacional que luta contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), Lloyd Austin garantiu que as forças norte-americanas irão manter o seu esforço de colaboração com as forças de Bagdad.
O EI continua a reivindicar ataques mortais no país.
No final de 2021, o Iraque anunciou o "fim da missão de combate" da coligação internacional, que continua oficialmente destacada em solo iraquiano com a função de treino e assessoria.
"Mas devemos ser capazes de operar com segurança para continuar este trabalho vital", disse o chefe do Pentágono, garantindo que há um espírito de colaboração, passado o período -- durante o mandato do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) -- em que as relações entre os dois países se deterioraram.
A situação agravou-se sobretudo quando, em janeiro de 2020, um 'drone' (aeronave não tripulada) norte-americano matou o general iraniano Qassem Soleimani, um comandante da força de elite iraniana Al-Quds, bem como Abu Mehdi al-Mouhandis, ex-"número dois" do Hachd al-Chaabi (coligação de milícias iraquianas pró-Irão), no aeroporto da capital iraquiana.
Nas últimas semanas, Bagdad tem sido palco de intensa atividade diplomática, com os líderes iraquianos a receberem os chefes da diplomacia da Arábia Saudita, do Irão e da Rússia, antes da visita, no início de março, do secretário-geral da ONU, António Guterres.
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