Oposição senegalesa que manifestação antes de julgamento de Sonko

A principal coligação da oposição no Senegal convocou, para terça e quarta-feira, dois dias de manifestações, em Dacar, capital do país, e nas províncias, antes do julgamento de um dos seus principais dirigentes, Ousmane Sonko.

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Lusa
13/03/2023 14:42 ‧ 13/03/2023 por Lusa

Mundo

Dacar

A coligação Yewwi Askan Wi (YAW, Liberte o Povo, na língua wolof) alertou que ultrapassará outra eventual proibição, enquanto Sonko enfrentar a justiça quinta-feira em Dacar num caso em que está a ser acusado pelo ministro do Turismo, Mame Mbaye Niang, líder do partido presidencial, por "difamação, insultos e falsidades".

A coligação anunciou hoje nas redes sociais uma "manifestação gigante" na tarde de terça-feira em Dacar, seguida de "marchas nacionais" na quarta-feira nas "46 províncias do país".

"Vamos manifestar-nos com ou sem autorização. Não estamos a apelar a um golpe de Estado ou a uma guerra civil, mas sim ao exercício de um direito constitucional", afirmou Sonko na sexta-feira, em conferência de imprensa.

Estas manifestações visam denunciar as "prisões arbitrárias" de jornalistas e atores políticos e "a instrumentalização da justiça contra os opositores", disse.

Contactado pela agência France-Presse, o presidente da Câmara de Dacar disse que o pedido de manifestação para terça-feira na capital está "sob investigação".

Em 10 de fevereiro, na cidade de Mbacké (centro-oeste), ocorreram atos violentos nos confrontos entre manifestantes e polícia e saques, após a proibição de uma manifestação a favor de Sonko.

A oposição acusa o Governo de proibir sistematicamente as suas manifestações. O executivo refuta qualquer violação dos direitos de elementos da oposição e invoca a aplicação justa da lei, num país que se apresenta como um Estado de direito.

Além do processo por difamação, Sonko foi alvo há dois anos de um outro processo por "estupro e ameaças de morte", após uma denúncia de uma funcionária de um salão de beleza em Dacar, onde o dirigente da oposição teria ido fazer uma massagem.

Um juiz de instrução decidiu em 18 de janeiro encaminhar aquele elemento da oposição, acusado em março de 2021, para a supervisão de um tribunal criminal.

Leia Também: Ex-primeiro-ministro acusado de difamar presidente no Senegal

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