"Estou aqui convosco para agir", afirmou o presidente, num evento onde estavam membros da comunidade e familiares das vítimas, declarando "basta" à violência armada que assola o país.
"No ano passado assinei a lei de segurança de armas mais significativa dos últimos trinta anos", indicou. "Já assinei mais ordens executivas para reduzir a violência armada que qualquer dos meus antecessores nesta fase da presidência", continuou, falando da nova ordem assinada hoje antes da visita a Monterey Park.
"Esta ordem executiva ajuda a manter armas de fogo longe de mãos perigosas, enquanto continuo a pedir ao Congresso que exija verificações de antecedentes para todas as vendas de armas de fogo", afirmou Biden, garantindo que estam medida iria "acelerar e intensificar" o trabalho de salvar mais vidas.
"A ordem executiva mandata o procurador-geral para que use todas as ações legais possíveis para nos aproximar de verificações de antecedentes universais sem legislação adicional", descreveu. "É de senso comum. Verifiquem se alguém é um criminoso ou cometeu violência doméstica antes de poder comprar uma arma".
Num discurso emotivo, em que falou de cada uma das 11 vítimas do tiroteio em janeiro, Biden garantiu à comunidade que vai continuar a agir para melhorar a situação. "Não vou parar por aqui, com esta ordem executiva", prometeu.
"Estou determinado a aprovar mais uma vez uma proibição de armas de assalto com carregadores de alta capacidade", disse, lembrando que liderou essa luta com sucesso em 1994. "Durante os dez anos em que essa lei vigorou, os tiroteios em massa diminuíram", afirmou. Mas depois de a lei expirar, em 2004, o número de tiroteios "triplicou".
As declarações do presidente em Monterey Park foram precedidas das intervenções de responsáveis locais e estaduais, que falaram da necessidade de medidas restritivas para evitar tragédias como a que aconteceu na cidade na véspera do ano novo lunar chinês.
"Não há como negar: temos uma epidemia de violência armada na América", afirmou o senador Alex Padilla, acusando as fabricantes de armas de valorizarem mais os seus lucros do que a vida dos americanos.
O senador da Califórnia lembrou que a proibição de armas de assalto em 1994 teve "efeitos comprovados" e apelou a que legislação semelhante seja novamente aprovada.
Também a congressista Judy Chu, que representa Monterey Park no Congresso, apelou à ação dos legisladores para que "armas de guerra" não estejam acessíveis a civis.
"Esta carnificina tem de acabar", afirmou Chu, para aplauso dos presentes. "Temos de passar uma proibição de armas de assalto", disse, referindo que o atirador que matou 11 pessoas em janeiro tinha uma arma de assalto com carregador de alta capacidade que lhe permitiu disparar 42 tiros em poucos minutos.
Chu disse que as leis de alerta, ou 'red flag', poderiam ter permitido confiscar a arma e munições ao atirador quando este deu sinais de deterioração do seu estado mental, mas poucos na comunidade tinham noção disso. A aplicação mais eficaz destas leis é um dos objetivos da ordem executiva que o presidente assinou hoje.
Na ordem, o presidente pede relatórios de várias agências e secretarias sobre o que estão a fazer para a implementação da lei bipartidária que assinou em junho de 2022, Safer Communities Act, legislação bipartidária que inclui incentivos às leis 'red flag'.
A ordem mandata também o procurador-geral Merrick Garland a clarificar a definição legal das empresas que vendem armas, para aumentar o cumprimento da obrigação federal de verificação de antecedentes, a publicar relatórios sobre inspeções a empresas que infringiram a lei e a modernizar a legislação sobre armas indetetáveis.
Biden "encoraja" ainda o regulador FTC (Federal Trade Commission) a publicar um relatório sobre como os fabricantes promovem armas junto de menores e civis, incluindo com o uso de imagens militares.
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