A mãe de Eleanor Williams, a jovem britânica condenada a oito anos e meio de prisão por ter mentido sobre ter sido violada e traficada por um gangue asiático, afirmou que o veredicto “não parece real” e, apesar de reconhecer que se trata de uma mentira, defendeu que a filha “estava apenas a tentar que as pessoas a ouvissem”.
“Não consigo descrever. Continuo a não poder aceitá-lo. Simplesmente não parece real. A pessoa que a imprensa está a retratar não é a pessoa que eu conheço”, começou por afirmar a mãe, em declarações à Sky News.
“Creio que ela estava apenas a tentar que as pessoas a ouvissem”, acrescentou.
A jovem, de 22 anos, foi condenada, na terça-feira, por um caso que remonta a maio de 2020. Na altura, Eleanor Williams publicou várias fotografias na rede social Facebook, onde aparecia com hematomas graves, e afirmou ter sido espancada, violada e traficada por um grupo de homens.
A publicação foi partilhada mais de cem mil vezes, mas, segundo um tribunal britânico, os hematomas foram causados pela jovem a ela própria com um martelo.
Também a irmã reconheceu que se tratava de uma mentira, mas defendeu que há “outros responsáveis”. Segundo Lucy Williams, a irmã recebeu mensagens “constantes” e “muito estranhas”, além de ameaças na rede social Snapchat.
Na sentença, o juiz Robert Altham manifestou ser “preocupante” que a jovem “não mostre sinais de remorsos” e considerou que “não há explicações para as alegações”, que descreveu como “ficção científica”.
Um dos homens que a jovem acusou revelou ter recebido “inúmeras ameaças de morte de pessoas de todo o mundo”. “Hoje não há vencedores, não sinto qualquer sentimento de triunfo, apenas tristeza”, sublinhou o empresário Mohammed Ramzan, de 43 anos.
Já Jordan Trengove, que chegou a ser detido na sequência das acusações de Williams, afirmou que irá tomar medidas contra a polícia britânica. “Penso que a sentença não é suficientemente longa, na minha opinião, para o que ela fez a todos nós”, defendeu.
Numa carta ao juiz, Williams manteve a sua inocência, mas disse que estava arrependida e "arrasada" com o impacto que teve a sua publicação na rede social Facebook.
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