"Temos indícios de que a Rússia pode estar a tentar recuperar os restos do MQ-9, mas achamos improvável que consigam encontrar algo útil", salientou o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder, em conferência de imprensa.
Pat Ryder sublinhou o facto de o drone ter afundado "em águas muito profundas", acrescentando que os Estados Unidos fizeram questão de "salvaguardar a informação" recolhida pelo aparelho de vigilância norte-americano.
Os Estados Unidos divulgaram esta quinta-feira imagens do que dizem ser um avião russo a despejar combustível por cima de um 'drone' de vigilância da Força Aérea norte-americana e a danificar a hélice do aparelho que sobrevoava o Mar Negro.
O vídeo, de 42 segundos, mostra um avião Su-27 russo a aproximar-se da parte de trás do 'drone' MQ-9 (aparelho aéreo não tripulado) e a libertar combustível à medida que passa, explicou o Pentágono.
Sobre o incidente, Ryder denunciou que o "comportamento agressivo" dos pilotos russos "foi intencional", mas o Pentágono ainda não conseguiu confirmar se a queda foi "de propósito" ou um erro de cálculo.
"Más habilidades de voo e comportamento imprudente foram claramente demonstrados", frisou o general.
Após o incidente, os Estados Unidos garantiram que foram forçados a derrubar o 'drone' nas águas do Mar Negro e culparam Moscovo pelo incidente.
Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer contacto entre os seus caças e o 'drone', que, segundo a versão do Kremlin, iniciou um voo repentino e descontrolado e caiu no mar após perder altitude repentinamente.
Os eventos aconteceram perto da península ucraniana da Crimeia anexada pela Rússia, onde Moscovo desaprova a presença da NATO, sejam navios de guerra ou dispositivos de reconhecimento e vigilância.
O Pentágono decidiu divulgar as imagens por causa do "comportamento imprudente e perigoso" dos pilotos russos e para "mostrar publicamente que tipo de ações estão a ser realizadas" pelos caças de Moscovo, sublinhou Ryder.
Segundo o porta-voz do Pentágono, o incidente não alterará os planos dos EUA de continuar a ajudar a Ucrânia a defender-se da invasão russa.
"Continuaremos a voar e a operar no espaço aéreo internacional em conformidade com o direito internacional, e isso inclui o Mar Negro", frisou.
Apesar do incidente, os Estados Unidos não exigiram um pedido de desculpas da Rússia e estão apenas focados em apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, concluiu Pat Ryder.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: Drone? Rússia quer canais de comunicação abertos com EUA após incidente