Os eventos oficiais, que terão lugar no dia 28 de março, incluem uma reunião entre Lula da Silva e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e um dia mais tarde realizar-se-á um fórum de negócios no qual participarão entre 400 e 500 empresários, cerca de metade dos quais brasileiros.
O setor mais importante será o da agricultura, com 90 empresas brasileiras representadas, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país sul-americano, que é um grande exportador de produtos alimentares destinados ao mercado chinês.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, o comércio bilateral atingiu recorde de 139,97 mil milhões de euros.
"O Brasil aspira a ter uma relação comercial mais diversificada com a China", disse o Secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro para a Ásia e o Pacífico, Eduardo Paes Saboia, numa conferência de imprensa, em Brasília, no Palácio Itamaraty, na qual deu detalhes da viagem de Lula.
O encontro com Xi deverá envolver a assinatura de cerca de 20 acordos nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica que os dois países têm mantido desde 2002.
Eduardo Paes Saboia disse que o objetivo da visita é "a agenda bilateral", em resposta à questão de um jornalista sobre as negociações unilaterais que o Uruguai está a realizar com a China fora do Mercosul, bloco que partilha com o Brasil, Argentina e Paraguai.
Desde 2009, a China tem sido o principal fornecedor do Brasil, e o país asiático tornou-se também o principal cliente dos produtos brasileiros, embora as exportações do país sul-americano estejam fortemente concentradas no setor agrícola.
Depois de Pequim, Lula viajará para Xangai no dia 30, onde visitará a sede do banco de desenvolvimento BRICS, um bloco do qual o Brasil é membro juntamente com a Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante a visita, Lula da Silva irá propor a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff como nova chefe do banco de desenvolvimento, atualmente presidido pelo diplomata brasileiro Marcos Troyjo, que tomou posse em 2020 e cujo mandato termina em 2025.
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