MNE diz que UE não pode abandonar Tunísia apesar de "deriva autoritária"

O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu esta segunda-feira em Bruxelas que a União Europeia (UE) não pode abandonar a Tunísia, apesar da atual "deriva autoritária", devendo encontrar uma "abordagem equilibrada" que passe pela "inclusividade" no país africano.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
20/03/2023 19:39 ‧ 20/03/2023 por Lusa

Mundo

Tunísia

No final de uma reunião de chefes de diplomacia da UE, que tinha entre os pontos em agenda uma discussão sobre os recentes desenvolvimentos na Tunísia e possíveis ações da UE, João Gomes Cravinho apontou que "falou-se da necessidade de uma abordagem equilibrada, que por um lado demonstre a nossa insatisfação em relação à degradação da situação política, à deriva autoritária que se verifica, mas ao mesmo tempo reconhecendo que a Tunísia é um parceiro fundamental da União Europeia e há um compromisso em relação à população tunisina".

"Portanto, não poderemos abandonar a Tunísia, mas temos de ter uma plataforma de diálogo que passe também pela inclusividade dentro da Tunísia", declarou o chefe da diplomacia.

O parlamento da Tunísia, suspenso em 2021 pelo presidente Kais Saied "para preservar a paz social", reabriu na semana passada, mas com menos assentos, poderes reduzidos e um novo sistema político que obriga a compartilhar o poder com uma segunda câmara.

O presidente tunisino, que monopoliza os poderes desde o verão de 2021, afastou na quinta-feira os presidentes das câmaras municipais eleitos em 2018, considerados uma importante conquista para a jovem democracia tunisiana após a Revolução de 2011.

As câmaras municipais vão ser substituídas por "delegações especiais", compostas por funcionários públicos, que ficam sob a tutela do governador de cada região, com o objetivo de descentralizar, uma das bandeiras da transição democrática iniciada em 2011.

Os mandatos dos 350 presidentes de câmara e vereadores, atualmente em exercício, expiram no final de abril.

Leia Também: Gomes Cravinho reconhece que país está "longe da plena igualdade"

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