Quase 240 pessoas detidas e 31 polícias feridos em confrontos no Quénia
Os confrontos entre os manifestantes e a polícia do Quénia devido aos protestos dos últimos dias em várias cidades resultaram em 238 detenções e 31 feridos entre os agentes da polícia, anunciaram hoje as autoridades.
© Boniface Muthoni/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Quénia
Citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), a polícia apresentou estes números esta manhã em Nairobi, vincando que "ninguém está acima da lei", numa referência à proibição, no domingo, das manifestações convocadas pelo líder da oposição para segunda-feira em várias cidades do país.
Segundo a polícia, 213 pessoas foram presas na capital queniana, Nairobi, e outras 25 na parte ocidental do país, um bastião da oposição.
A manifestação na capital foi proibida no domingo pelas autoridades devido ao não cumprimento do prazo para a apresentação de um pedido de autorização.
"Condenamos com a maior veemência possível a violência injustificada contra os nossos agentes no cumprimento do seu dever", disse a polícia.
Os protestos, convocados pela oposição, foram os primeiros desde que William Ruto, de 56 anos, chegou ao poder na sequência da vitória nas presidenciais fortemente disputadas em agosto, e cujo resultado continua ser contestado pelo candidato derrotado, Raila Odinga.
O candidato derrotado continua a afirmar que a vitória lhe foi "roubada" e que o Governo Ruto é "ilegítimo".
Na capital, Nairobi, a polícia disparou também granadas de gás lacrimogéneo contra a coluna automóvel de Raila Odinga, que tem apelado aos seus apoiantes para se concentrarem e protestarem todas as segundas-feiras.
"Todas as segundas-feiras haverá uma greve, haverá uma manifestação. A guerra começou, não terminará até que os quenianos obtenham os seus direitos", disse Odinga, de 78 anos.
O porta-voz de Odinga, Dennis Onyango, disse à AFP que a polícia tinha disparado munições reais contra o carro do líder da oposição, mas não há confirmação independente desta acusação.
As manifestações na capital contra a inflação, que em fevereiro subiu para 9,2%, comparativamente ao período homólogo de 2022, foram proibidas no domingo pelas autoridades por não terem cumprido o prazo de notificação.
Além dos aumentos de preços, os quenianos sofrem com a queda acentuada do xelim em relação ao dólar americano e com uma seca recorde que mergulhou milhões de pessoas na penúria alimentar.
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