O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia alertou, esta quarta-feira, que a decisão do Reino Unido de enviar munições com urânio empobrecido à Ucrânia “não ficará sem consequências graves”.
“Esta decisão não ficará sem consequências graves, tanto para as relações bilaterais russo-britânicas como a nível internacional”, lê-se numa nota do ministério tutelado por Sergey Lavrov, citado pela imprensa britânica.
“Não deixaremos tais ações sem resposta”, garantiu a Rússia, acrescentando que “ao violar as normas fundamentais do direito internacional, Londres não se pode esquecer que terá de assumir plena responsabilidade por isso”.
"Tal desejo de aumentar o sofrimento da população civil e causar danos irreparáveis ao meio ambiente mostra que os britânicos estão dispostos a negligenciar os habitantes da Ucrânia", afirmou o ministério russo, repreendendo Londres pela "sua frivolidade" em relação ao compromisso com a recuperação das cidades ucranianas após o conflito.
"O comportamento do lado britânico, tão franco no seu cinismo, mostra mais uma vez quem é o verdadeiro agressor e instigador do conflito na Ucrânia (...)", acrescentou.
Em causa está um anúncio de ontem do governo britânico, que decidiu entregar à Ucrânia munições fabricadas com urânio empobrecido, justificando a decisão com a necessidade de reforçar o apoio militar a Kyiv.
No mesmo dia, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que, a confirmar-se, a “Rússia será forçada a responder”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: "Não há escalada nuclear na Ucrânia", afirma Cleverly