"Desejo do Ocidente é dividir a Rússia em várias partes", diz Medvedev

Na ótica do antigo presidente da Rússia, "tais partes têm mesmo a possibilidade de aderir à NATO, particularmente se lhes derem os nossos recursos nacionais".

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Notícias ao Minuto
23/03/2023 15:40 ‧ 23/03/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

O antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, referiu, esta quinta-feira, que o Ocidente procura destabilizar a situação política na Rússia e atingir o país.

"Será que precisam de um país com um vasto território e o mais forte escudo nuclear, que também não obedece aos norte-americanos? Não precisam de nada disso", sublinhou Medvedev, citado pela Tass.

Segundo o atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, é por isso que o "desejo do Ocidente é muito simples - desestabilizar a situação política, dividir o país em várias partes que seriam suficientemente grandes, fazer acordos com cada uma dessas partes, desnuclearizar e desmilitarizá-las todas e depois oferecer os seus serviços [de segurança]".

Na ótica de Medvedev, "essas partes têm mesmo a possibilidade de aderir à NATO, particularmente se lhes derem os nossos recursos nacionais".

"Eles [países ocidentais] não querem ter uma parceria connosco porque não precisam dela", apontou, acrescentando que o mesmo se aplicava à atitude do Ocidente em relação à China.

Medvedev salientou que "o chamado mundo anglo-saxónico procura gerir tudo, e até certo ponto após o colapso da União Soviética, do Pacto de Varsóvia e do Conselho de Assistência Económica Mútua, conseguiram fazê-lo".

"E então, de repente, a China começou a desenvolver-se rapidamente e, mais tarde, abalámos a pressão e começámos a comportar-nos de forma independente. Eles não gostam nada disso, pelo que não haverá calma nos próximos anos, ou até mesmo décadas", frisou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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