De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na quinta-feira à noite, Qin Gang sublinhou que o país encoraja as empresas chinesas a investir na Guiné Equatorial.
O também conselheiro de Estado disse acreditar que a retoma económica da China e a reabertura das fronteiras, após três anos de restrições, "trarão novas oportunidades de desenvolvimento" para a nação africana.
A Guiné Equatorial, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014, aderiu ao Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) em abril de 2021.
Qin Gang prometeu "o apoio consistente" da China à Guiné Equatorial na "exploração independente de um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais" e no "reforço do intercâmbio de experiências de governança".
Segundo o comunicado, Simeón Oyono Esono Angue disse que "o sucesso da China traz esperança aos países em desenvolvimento" e acrescentou que a Guiné Equatorial "se opõe à interferência nos assuntos internos da China sob o pretexto dos direitos humanos".
Em resposta, Qin Gang disse que Pequim está do lado da Guiné Equatorial "na oposição à interferência externa nos seus assuntos internos".
O vice-presidente da Guiné Equatorial rejeitou na terça-feira que membros do seu governo compareçam perante a Justiça espanhola, pelo rapto e tortura de quatro opositores residentes em Espanha.
"O sistema judicial espanhol tem intenções políticas que procuram denegrir a imagem do país", afirmou Teodoro Nguema Obiang, filho do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
As quatro vítimas são membros do Movimento para a Libertação da República da Guiné Equatorial Terceira República, que denunciaram o seu rapto no Sudão do Sul em 2019 para serem posteriormente transferidos à força para a Guiné Equatorial, onde foram detidos e sujeitos a tortura.
Em 16 de fevereiro, o Parlamento Europeu responsabilizou o "regime ditatorial" da Guiné Equatorial pela morte de um deles, Julio Obama.
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, com 80 anos, governa a Guiné Equatorial desde 1979, ano em que derrubou, através de um golpe de Estado, o tio, Francisco Macías, primeiro chefe de Estado da antiga colónia de Espanha.
Obiang é o chefe de Estado há mais tempo no cargo e foi reeleito em novembro para um sexto mandato de sete anos, com 94,9% dos votos, segundo os resultados oficiais, que a oposição contesta, denunciando irregularidades na votação.
A Guiné Equatorial é considerada por organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, acusada de denúncias de prisões, torturas de dissidentes e repetidas fraudes eleitorais.
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