As sanções, entre outras questões, visam impedir o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, e a família de utilizar o avião presidencial, um Boeing 737, em viagens internacionais, disse o Departamento do Tesouro norte-americano, citado pela agência espanhola EFE.
Dois grandes fabricantes de automóveis de Bielorrússia, a BelAZ e a MAS de Minsk, são também o alvo das novas sanções.
Os funcionários destas empresas estiveram envolvidos nos protestos que se seguiram às eleições presidenciais de agosto de 2020, que Lukashenko voltou a ganhar e que os Estados Unidos consideraram fraudulentas.
Segundo o Tesouro, quando os trabalhadores destas empresas começaram a protestar, a direção da BelAZ e da MAZ tentou intimidá-los e ameaçou-os com o despedimento.
Como resultado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje sanções contra Sergei Olegovich Nikiforovich, diretor da BelAZ, e Valery Valerievich Ivankovich, que já tinham sido visados anteriormente pela União Europeia (UE) e pelo Canadá.
Os Estados Unidos também reforçaram as restrições à Comissão Central Eleitoral da Bielorrússia (CEC), que foi sancionada após as eleições de 2020.
O Departamento do Tesouro acrescentou à sua "lista negra" sete dos novos membros da CEC que se tornaram membros da comissão depois de Washington ter imposto as sanções.
Todos os bens que as pessoas sancionadas possam ter nos Estados Unidos serão congelados.
Também serão proibidas de fazer transações financeiras com qualquer cidadão norte-americano, dificultando-lhes efetivamente o acesso ao sistema financeiro internacional, que se baseia no dólar.
Paralelamente, os Estados Unidos anunciaram que vão restringir os vistos a 14 indivíduos, alguns membros do Governo bielorrusso que Washington acusa de envolvimento na repressão interna ou de apoio à Rússia na Ucrânia.
A Bielorrússia, uma antiga república soviética, tornou-se um dos principais aliados da Rússia na guerra contra a Ucrânia, e soldados de ambos os países têm realizado exercícios militares conjuntos.
No início do conflito, há um ano, Bielorrússia permitiu à Rússia estacionar tropas no seu território com a ideia de que estas poderiam chegar a Kiev utilizando a rota terrestre mais curta, numa ofensiva que falhou.
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