A realização das eleições foi várias vezes adiada devido a falta de acordo entre as partes.
"É nosso dever dar aos sul-sudaneses o merecido direito de elegerem os seus líderes a partir de 2024", disse Kiir no parlamento, que retomou as suas atividades após um breve intervalo.
Nesse sentido, Kiir instou os deputados a "concluir a aplicação das disposições" do acordo de paz assinado em 2018, que pôs fim a uma guerra civil sangrenta que começou em 2013, apenas dois anos após o país ter conquistado a independência do vizinho Sudão.
"Isto é importante, porque não haverá outra transição quando o roteiro culminar com as eleições de 2024. As eleições trarão um novo governo em fevereiro de 2025", disse Kiir, observando que o Sudão do Sul "tem muito trabalho a fazer" antes das eleições.
Durante o próximo período, as autoridades devem aprovar uma Constituição e uma nova lei eleitoral, entre outras medidas, para assegurar eleições "transparentes, justas e credíveis".
Kiir recordou que a visita do Papa Francisco ao Sudão do Sul no início de fevereiro, durante a qual instou os líderes do país a aplicar a paz, serviu para relançar em março um processo de negociação entre o governo e a oposição em Roma, que esteve suspenso durante quase dois anos.
As negociações iniciaram-se na capital italiana entre o executivo e as organizações que não subscreveram o acordo de paz, mas até agora "não se registaram progressos notáveis", segundo o Presidente.
Kiir, 71 anos, está no poder há uma década e anunciou em dezembro último que se candidatará à reeleição em 2024.
O Sudão do Sul alcançou a independência do Sudão em 2011 e dois anos mais tarde mergulhou numa guerra civil até 2018, na qual cerca de 400.000 pessoas foram mortas e centenas de milhares foram forçadas a abandonar as suas áreas de residência ou a abandonar o país.
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