"Uma pessoa foi morta a tiro" em Kisumu, zona oeste do país, um reduto da oposição, disse George Rae, diretor do hospital local, citado por meios de comunicação locais, acrescentando tratar-se de um "jovem".
"A polícia simplesmente despejou o corpo aqui sem registar nada, mas tem um tiro", descreveu um funcionário da unidade hospitalar.
Raila Odinga, o candidato presidencial que perdeu as eleições em agosto passado, continua a afirmar que lhe foi "roubada" a vitória e que o Governo de Ruto é "ilegítimo".
Já esta manhã, os manifestantes tinham sido atacados com gás lacrimogéneo e canhões de água pela polícia no distrito operário de Kawangware, na capital, Nairobi.
Na passada segunda-feira, as manifestações também levaram a confrontos, e um estudante foi morto por tiros da polícia, pelo menos 240 pessoas foram detidas e 31 polícias ficaram feridos nos confrontos em Nairobi e nos bastiões da oposição na parte ocidental do Quénia.
Raila Odinga manteve, no domingo, o seu apelo a manifestações contra os efeitos da inflação todas as segundas e quintas-feiras, pouco depois de o chefe da polícia, Japhet Koome, ter decretado uma proibição dos protestos marcados para hoje.
Koome tinha avisado que a polícia não permitiria que "'hooligans' viessem à cidade para pilhar e destruir bens e empresas das pessoas" e pela manhã tinha sido anunciado um reforço da segurança.
Durante a campanha eleitoral, o atual Presidente retratou-se como um defensor dos mais desfavorecidos e prometeu melhorar a vida do cidadão comum do seu país. No entanto, retirou os subsídios ao combustível e à farinha de milho, um alimento básico.
Muitos quenianos, confrontados com os elevados preços das mercadorias, estão a lutar para se alimentarem. A inflação atingiu 9,2% em fevereiro, de acordo com o Governo, e o recorde de seca na região deixou milhões de pessoas sem recursos e sem alimentos.
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