Concluídos os trabalhos da amarração ao cabo submarino, iniciados em março de 2017, Soares Sambu, que esteve na cerimónia em representação do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, assinalou que a Guiné-Bissau inaugurou hoje "as bases para a maior obra de infraestrutura nacional de telecomunicações".
A amarração ao cabo submarino internacional acontece a partir da localidade de Suru, no nordeste da Guiné-Bissau, e vai dar à estação de energia elétrica de Antula, nos subúrbios de Bissau, numa distância de 30 quilómetros.
De acordo com o vice-primeiro-ministro guineense, para que o cabo submarino, do qual o país receberá internet de banda larga, possa entrar em funcionamento falta construir o chamado 'backbone' -- rede intermédia de transmissão de dados de telecomunicações.
Com aquela infraestrutura construída, Soares Sambu acredita que a Guiné-Bissau inaugura "um verdadeiro processo de transformação com base nas telecomunicações".
O ministro dos Transportes e Comunicações guineense, Aristides Ocante da Silva, defendeu que com a entrada em funcionamento da nova infraestrutura, após a construção da rede de distribuição interna de internet a ser fornecida pelo cabo submarino, "a Guiné-Bissau dará um passo decisivo para a economia digital e o próprio desenvolvimento" do país.
O projeto de amarração da Guiné-Bissau ao cabo submarino internacional da ACE foi financiado pelo Banco Mundial em 30 milhões de euros.
A representante da instituição na Guiné-Bissau, Anne-Lucie Lefebvre, afirmou que a infraestrutura hoje inaugurada permitirá ao país passar a ter maior conectividade de internet, ajudar a reduzir os custos daquele serviço no país, bem como alojar futuros equipamentos de telecomunicações.
O desafio agora, disse Lefebvre, é levar a internet de banda larga a todas as localidades da Guiné-Bissau e desta forma promover uma maior inclusão financeira da população.
O cabo submarino do consórcio ACE parte da França, atravessa todo o continente africano e é o primeiro a chegar a países como Guiné Equatorial, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Gâmbia, Libéria, Mauritânia, São Tomé e Príncipe e Serra Leoa.
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